O
Cogumelo “Shiitake” (Lentinula Edodes)
Como produtor
rural e fungicultor, filiado à APHERJ – Seção Itaipava,
gostaria de falar um pouco sobre esse magnífico alimento (quase
uma iguaria) que é o Shiitake.
Conhecido como
Cogumelo da Floresta, Cogumelo Japonês e Cogumelo Chinês (a
2000 anos já era consumido na China e Japão,
mas não era cultivado). Extraído da floresta após
as chuvas e tempestades que forneciam as condições necessárias
(umidade e calor) para que o Shiitake frutificasse espontaneamente nas
cascas de um tipo de árvore que se chama “Shiia”. O Shiitake, como
qualquer fungo, se alimenta de matéria
em decomposição.
Foi introduzido
no Brasil por imigrantes chineses e pelo imigrante italiano Oscar Molena,
na década de 50. A atividade comercial ligada ao cultivo do Shiitake
era praticamente desconhecida até o início
dos anos 90, quando começou a ganhar força e fama por suas
qualidades nutricionais e gastronômicas.
Por ser um produto
totalmente natural, o uso de defensivos agrícolas, adubos
e fertilizantes é dispensável.
A semente do Shiitake
é tratada de forma totalmente natural, utilizando-se serragem e
um pedaço do próprio cogumelo, que encontra
na serragem úmida as condições favoráveis para a sua colonização.
A semente (chamada
de micélio) está pronta. Esta é
inoculada em toras de eucalipto (como o eucalipto é cultivado para
este fim, mais uma vez o Shiitake está na frente, não é
necessário desmatamento para se obter as toras), que com o apodrecimento
servirão de alimento para o Shiitake.
Seis meses depois
começarão a frutificar e poderão ser colhidos e embalados sem
a necessidade de aditivos ou conservantes,(outra
vez natural) e, tem a validade de dez dias em geladeira
desde que bem manipulado.
Falarei também
das qualidades terapêuticas desse delicioso alimento: pesquisas científicas
indicam que o Shiitake possui substâncias
antitumorais (anticancerígeno), antitrombóticas, antivirais,
reguladoras de pressão, comprovada ação no controle
do colesterol, cardiopatias e arteriosclerose. O cogumelo Shiitake
é reconhecido pelo Ministério de Saúde do Japão,
pois dele é retirado o “Lentinam”, polissacarídeo que é utilizado
diretamente no tratamento do câncer. Vale falar do
“Interferon”, proteína poderosíssima que age no interior das
células evitando o crescimento de vírus.
Valores
Nutricionais:
Cada 100 gramas
de Shiitake contém:
Proteínas:
1,55 gramas
Carboidratos:
14,3 gramas
Gordura: 0,219
gramas
Fibras: 4 gramas
Vitamina C: 0,3
miligramas
Cálcio:
3 miligramas
Cobre: 0,897
miligramas
Ferro: 0,44 miligramas
Magnésio:
14 miligramas
Fósforo:
29 miligramas
Ficamos satisfeitos
em saber que a medicina cada vez mais se utiliza da
natureza para produzir tratamento e cura para as doenças
que afligem o ser humano e o Shiitake é sem dúvida um grande
colaborador.
Em tempo: pelos
valores protéicos, pode se dizer que o Shiitake substitui a carne vermelha.
Ganham aqueles que preferem uma alimentação mais sadia e
natural.
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