Açúcar
Branco
Até cerca
de 300 anos atrás a humanidade não usava aditivos doces na sua dieta
ordinária. Os povos antigos, civilizações passadas,
brilhantes exércitos não conheciam o famoso aditivo doce. O mel era usado
eventualmente, mais como remédio. Este processo
histórico prova que o açúcar branco é desnecessário
como alimento. Foi só a partir dos dois últimos séculos que o açúcar
começou a ser produzido e consumido de forma cada vez mais intensa.
Com a sofisticação da técnica, purificou-se mais ainda o
açúcar de cana retirando-se dele apenas a sacarose branca.
Hoje somos uma civilização, consumidora de milhares de toneladas
diárias de açúcar.
O açúcar
branco é o resultado de um processamento químico que retira da
garapa a sacarose branca e adiciona produtos químicos
– desconhecidos em sua maioria –, sendo que aditivos como clarificantes,
antiumectantes, precipitadores e conservantes pertencem a grupos químicos
sintéticos muitas vezes cancerígenos e sempre danosos à
saúde. Devemos considera-lo
como um produto quimicamente ativo, pois, sendo o
resultado de uma síntese química e um produto
concentrado. Quando são retiradas da garapa e do mascavo
suas fibras, proteínas, sais minerais, vitaminas etc.,
resta apenas o carboidrato, pobre, isolado, razão pela qual devemos
considerar o açúcar como um produto químico
e não um alimento.
O corpo humano
não necessita de açúcar branco. O que é
realmente necessário é a glicose, ou seja, a menor partícula
glicídica dos carboidratos. A glicose, por sua vez, é importante
para o metabolismo, pois produz energia ao ser “queimada”. Embora se diga
que “açúcar é energia”, sabemos bem que a citação
é apenas modesta, pois, na verdade, deveríamos
dizer que “açúcar é superabundância de energia
química concentrada” e eis aí o problema: açúcar
é sempre excesso de energia, além
das necessidades reais, e este excesso tende a depositar-se, a exigir trabalho
orgânico extra, a diminuir o
tempo de vida, pois a célula só usa o que necessita, todo o resto
passa a “estorvo” metabólico. Outro fato importante
é que, ao consumir um produto extremamente concentrado, isolado,
exigiremos do organismo uma complementação
química. Por exemplo, vai exigir muito cálcio e magnésio
do metabolismo e das reservas; ele “rouba” os nossos depósitos de
um modo diretamente proporcional a quantidade
ingerida. Podemos dizer então que o açúcar é
descalcificante, desmineralizante, desvitaminizante e empobrecedor metabólico. Açúcar
não é “alimento”, mas um poderoso
“antinutriente”, um grande ladrão. Razão
pela qual Willian Dufty, em seu mais que consagrado livro sobre o açúcar,
o “Sugar Blues”, considera-o como uma “droga doce e
viciante que dissolve os dentes e os ossos de toda uma civilização”.
Seus efeitos nunca são imediatos, mas lentos, acumulativos, insidiosos,
drenando a saúde aos poucos.
O consumo da droga
doce vem aumentando nos últimos anos. Se levarmos em
conta que não necessitamos de açúcar, tudo o que se
consome é excessivo, supérfluo, além do que o corpo
precisa. Lembramos que 100 por cento dos carboidratos (farinhas, cereais,
açúcar das frutas, etc.) transformam-se em glicose, 60 por cento
das carnes ingeridas e até mesmo 15 por cento das gorduras
e óleos também se convertem em glicose; é assim
que normalmente mantemos as necessidades bioquímicas do corpo. Isso
explica por que povos antigos não necessitavam
de açúcar extra. Se julgarmos que açúcar é essencial,
então devemos ter como certo que cada viking, mongol, huno, árabe,
grego ou romano deveria consumir cerca de 300gr por
dia de um açúcar que naquelas épocas
absolutamente não existia.
Os conhecimentos
e conceitos científicos, principalmente em nutrição,
têm sido manipulados, truncados e adulterados. Devemos entender
que a alimentação comum, sem aditivos doces, contém
quantidades suficientes de glicose que são armazenadas no
fígado sob a forma de glicogênio; em situações de necessidade
essas reservas de energia são mobilizadas
e entram na circulação sanguínea.
Hoje, ingerimos
mais “energia” do que precisamos. Paradoxalmente,
quem come muito açúcar fica dependente organicamente do mesmo
e tende a ter menos força. Grandes consumidores
de açúcar geralmente são fracos, astênicos, que não
podem fazer quase nada sem usar um pouco de doce.
Aqui, num dos
maiores produtores de açúcar do mundo, (Brasil) consomem-se
cerca de 200 g por dia – por pessoa, o que é pouco comparado aos
EUA: 400 g em média, por dia. É claro que somos obrigados
a falar em termos de média de consumo, pois existem
aqueles que não usam nada, até grandes viciados que usam perto
de 1000 g diárias e até mais.
Mas um povo como
o nosso, usando 200 g diárias per capita consome cerca
de seis quilos por mês, o que admite 72 quilos por ano, e tudo isso além
das necessidades metabólicas, geralmente ingeridos
por puro “prazer”, ou seja: docinhos, chocolates, sorvetes, tortas, pudins,
sucos ultra-açúcarados etc. Isso nos leva
a consumir quase uma tonelada do pó branco em cada dez anos
de vida. Então um homem de 35 anos geralmente fez passar pelo seu
sangue, até hoje, cerca de três toneladas de açúcar.
Perguntamos se, sinceramente, as autoridades e os profissionais ligados
à saúde acham que tal abuso não causa dano algum.
Açúcar
Branco Como Causa de Câncer e Doenças Modernas
Sabemos bem que
o açúcar é o principal representante da alimentação
industrializada moderna. Temos consciência de que 85 por
cento das doenças modernas são provocadas pela poluição
alimentar e por uma nutrição desequilibrada. Por ser considerado
então como um produto antibiológico, ou antivida”, ele está
diretamente ligado à causa ou à colaboração para o surgimento
de várias doenças, como a arteriosclerose, o câncer,
a leucemias, o diabetes, as varizes, as enxaquecas, as distonias
neuro-vegetativas, insônia, asma, bronquite, distúrbios menstruais,
infecções, pressão alta, prisão de ventre, diarréias
crônicas, perturbações e doenças visuais, problemas de pele, distúrbios
glandulares, anomalias digestivas variadas, cáries
dentárias, problemas de crescimento, osteoporose, ossos fracos,
doenças do colágeno, doenças de auto-agressão
etc.
Podemos considerar
também o açúcar como cancerizante, pois é
imunodepressor, quer dizer, faz diminuir a capacidade do organismo quanto
às suas defesas e principalmente por eliminar
o importante íon magnésio, devido à
forma excessiva como é consumido hoje.
A incidência
do câncer de mama pode variar consideravelmente de um país
para outro. Muito rara no Japão, por exemplo, a doença
torna-se comum entre as japonesas que imigram para os Estados Unidos.
Depois de estudar diversos fatores que explicassem
o fenômeno, os cientistas Stephen Seely, da Universidade de Manchester,
na Inglaterra, e D. F. Horrobin, do Instituto e Pesquisa Efamol, de Kentville,
no Canadá, concentram suas atenções
num deles, a alimentação – e, em artigo publicado na
última edição da revista inglesa New Scientist, levantaram a
hipótese de que uma das causas do câncer de mama possa
ser o açúcar.
Seely e Horrobin
compararam os índices de consumo per capita de açúcar
e as taxas de mortalidade por câncer de mama em vinte dos
países mais ricos do mundo. Revelou-se que as nações
que mais comem açúcar são exatamente as que apresentam mais óbitos
– por ordem decrescente, a Grã-Bretanha, a Holanda, a Irlanda, a
Dinamarca e o Canadá.
Os cientistas
avançam uma explicação para as propriedades cancerígenas
das sobremesas. Uma parte da glicose contida no açúcar –
cerca de 30 por cento – vai direto para a corrente sanguínea. Para fazer face
e esse súbito aumento da taxa de glicose no sangue, o pâncreas
produz mais insulina, o hormônio encarregado de queimar açúcar.
O tecido mamário depende desse hormônio para crescer. O mesmo
acontece com as células do câncer de mama. Seely e Horrobin
supõem que a inundação do seio pela insulina,
em seguida à ingestão de açúcar, criaria assim
as condições ideais para o surgimento do tumor.
Açúcar
Como Fator Principal da Hipoglicemia e Diabetes
Um dos efeitos
mais diretos dos excessos de consumo do açúcar é a hipoglicemia,
ou seja, falta de açúcar no sangue. Hipoglicemia
é um distúrbio que se manifesta sob variadas formas, determinando
mais comumente langor, fraqueza, sensação
de desmaio iminente, vertigens, tonturas, prostração, angústia,
depressão, palpitação cardíaca, sudorese, sensação
de irrealidade etc. A depressão provocada é variável,
dependendo do indivíduo, podendo ser ausente ou fraca ou até
mesmo extremamente forte, incapacitante. Sabemos que muitas
pessoas são tratadas pela psiquiatria e até internadas por
depressão, cuja única origem é hipoglicemia, ou falta de açúcar
em demasia, e se pesquisarmos, grande parte
desses pacientes usa muito açúcar. O mecanismo é
muito simples: ao consumirmos açúcar em demasia, o organismo,
através das células beta das ilhotas de Langherhans
do pâncreas, produz muita insulina, que é o hormônio
responsável pela “queima” da glicose do sangue. Ora, quanto mais
açúcar é consumido, mais insulina é produzida. Com o tempo,
e com o consumo continuado, o pâncreas produz mais insulina do que
o necessário, pois a sua liberação depende da avaliação
da intensidade de estímulos gástricos e da dosagem de glicose
proveniente do sistema porta e hepático. Um pouco mais de insulina
determina queima a mais de glicose, gerando falta.
O nosso organismo
dispõe de um sistema de regulagem que mantém entre 70 e 110
mg de glicose em cada 100 ml de sangue. Mais insulina
do que o normal vai produzir uma queda destes níveis, determinando
hipoglicemia. O cérebro é o órgão mais diretamente
afetado com isso, daí os mais freqüentes sintomas de depressão,
tremores, agitação. O tratamento em caso de hipoglicemia é o primeiro
uma boa avaliação e depois diminuição lenta do consumo de
açúcar, paralelo a uma dieta bem apropriada. Quase é
necessário acompanhamento médico abalizado.
A evolução
natural da hipoglicemia, embora muito variável, é o diabetes.
Dependendo de uma série de fatores o pâncreas pode entrar
em “cansaço” após anos de produção excessiva de insulina;
ele começa a produzir menos do que o necessário e como resultado
começam a aumentar no sangue os níveis de açúcar,
determinando uma hiperglicemia. Nesta situação os sintomas
já são completamente diferentes da hipoglicemia. Aqui o paciente não sente
nada, a não ser muita sede, muita vontade de urinar e talvez muita
fome. O açúcar circulante começa a ser depositado e os problemas
do diabetes vão surgindo.
Parece-nos importante
que antes de pesquisar um vírus como causa do diabetes,
que se compreenda a importância do excesso de consumo de
açúcar como gênese mais direta da doença, talvez devido
ao enfraquecimento biológico-imunológico que permita a
penetração de um vírus. A verdade é que as
estatísticas e os estudos
de médicos integralistas apontam que diabéticos
comuns consumiram muito doce e que diabéticos insulino-dependentes
tiveram parentes que o faziam ou eram já
diabéticos. Dados oficiais já apontam hoje que perto de 30 por cento
da população do 1° mundo é pré-diabética e hoje cresce
o número de diabéticos no mundo.
O Açúcar
Branco é Apontado Como Principal Causa da Diminuição
da Resistência às Infecções, Subnutrição
e Morte no Terceiro Mundo
Existe muita preocupação
na diminuição da mortalidade infantil no Terceiro Mundo,
onde impera a desnutrição, a diarréia, e as doenças
carenciais. Porém não se tem prestado atenção
à presença do açúcar como fator desmineralizante
e desvitaminizante, usado em abundância na dieta das crianças
nos países subdesenvolvidos. Vários estudos têm mostrado
que a quantidade de proteínas na dieta desses povos é freqüentemente
próxima daquela apontada pela FAQ como básica para o desenvolvimento
e crescimento (0,635 g por quilo de peso por dia além
dos dois anos de idade). Então acredita-se que a causa dos problemas
relacionados com essas crianças seria devido à má
higiene, a agentes vetoriais de doenças, verminose, falta de saneamento
básico, leite materno fraco etc. Estes são estudos mais modernos,
pois até agora coloca-se que a falta de proteínas
na alimentação é causa determinante.
Califórnia,
cientistas da Escola de Odontologia da Universidade de Loma Linda
provaram que o poder bactericida dos leucócitos
(capacidade das células de defesa destruírem bactérias)
diminui muito quanto mais alta a taxa de açúcar no organismo. A célula
de defesa de uma pessoa que não usa açúcar é
capaz de destruir cerca de 14 bactérias invasoras, ao passo que
se essa mesma pessoa
ingerir 24 colherinhas rasas de açúcar branco o seu leucócito
é capaz de destruir apenas uma bactéria.
Existem muitos
livros hoje publicados que apontam a ação negativa do açúcar.
Num interessante trabalho dos Drs. Wilder e Kay, denominado “Handbook of
Nutrition” encontramos a seguinte citação: “O açúcar
não supre coisa alguma à nutrição, apenas calorias.
As vitaminas oriundas de ouros alimentos são erosadas pelo açúcar
para poder liberar calorias”.
Apesar das inúmeras
provas contra o açúcar como as apresentadas aqui, verificamos
a continuidade de uma intensa propaganda aconselhando
seu uso e, o que é pior, médicos mal-informados permitindo
e incentivando o consumo do mesmo. Temos o exemplo do Dr. L. Rosenvold
que, na pág. 22 do seu livro
“Nutrition for life”, afirma o seguinte: O açúcar branco
é um alimento quase ideal, barato, limpo, branco, portátil,
imperecível, inadulterável, livre de germes, altamente nutritivo, completamente
solúvel, totalmente digerível, não requer cozimento e não
deixa resíduos. Seu único defeito é a sua perfeição.
É tão
puro que o homem não pode viver dele.”
Hoje existem toneladas
de livros escritos sobre nutrição; qualquer um julga-se
capaz de publicar algo no gênero. O Dr. Rosenvold
apontou apenas duas verdades na frase acima, que o açúcar
é branco e portátil... O maior absurdo da sua citação
é que o açúcar é altamente nutritivo”... Curioso
é que o açúcar só tem
glicose, sendo pobre em tudo o mais...
O Que Usar?
Não Precisamos de Açúcar?
É necessário
reaprender a sentir o sabor natural dos alimentos, sem acrescentar
nada. Eventualmente poderemos usar mel ou açúcar natural
de cana, o mascavo, em pequenas quantidades. Percebemos que
assim teremos até mais energia do que o normal, apenas por ter evitado
desgastes excessivos com ingestão de superabundância
de energia química. Apenas os cereais integrais, as frutas, o
legumes etc. têm a capacidade de fornecer aquilo de que
necessitamos. No caso de desportistas e pessoas que produzem
desgaste físico, uma certa quantidade de mel pode ser
usada sem problemas.
No caso de diabéticos
e hipoglicêmicos, aconselhamos o acompanhamento médico para
evitar problemas mais sérios, evitando inclusive orientadores naturistas
e macrobióticos que não tenham conhecimentos e experiência
em termos de bioquímica e fisiologia,
fisiopatologia e clínica médica.
Para pessoas que
não têm grandes problemas mas querem parar de consumir açúcar,
sugerimos uma eliminação lenta, gradativa, porém
consciente, de doces, refrigerantes, sorvetes etc., até adotar
uma dieta mais natural e equilibrada. Aproveitamos
para alertar que muitos alimentos industrializados e manipulados
possuem açúcar, muitos dos quais nem imaginaríamos,
como: pão branco comum, pão integral de supermercados, macarrão
em pacotes, enlatados, carnes condicionadas,
biscoito e bolachas salgadas etc.
Para aqueles que
usam adoçantes artificiais, sacarina e ciclamatos, aconselhamos
abolir o hábito imediatamente, pois representam
produtos muito perigosos. Apesar da comprovação de que são
substâncias cancerígenas, verbas astronômicas são gastas
por laboratórios interessados em pesquisa do tipo: “Ainda
não conseguimos provar que adoçantes sintéticos não produzem
câncer”.
Em termos de história,
relativamente recente, o homem aprendeu a obter açúcar
bruto (mascavo e amarelo), e somente nas últimas
décadas os países desenvolvidos começaram a produzir
enormes quantidades (dez mil toneladas) de açúcar branco refinado, contendo
99,75 por cento de sacarose, tornando-o um reagente químico. Lado
a lado com esta depuração houve um aumento no consumo de
açúcar branco atingindo, nos países altamente desenvolvidos,
100/140 g diárias por pessoa.
Tornou-se tão
letal, que o nutricionista britânico Dr. A. Yudtkrin batizou seu
livro sobre o problema de açúcar “Puro, Branco e Mortal” enquanto o Dr.
Hall, cientista canadense, intitulou seu capítulo
sobre açúcar, “O Vilão – Açúcar Refinado”.
|