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Cidades em
Transição |
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Manual das
Iniciativas de Transição
Como se
tornar uma Cidade em Transição, um
Município,
Distrito, Vila, Comunidade ou
mesmo uma Ilha.
por Ben
Brangwyn e Rob Hopkins
Fonte: http://transitiontowns.org |
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Introdução: |
Em resposta
ao duplo desafio do Pico do Petróleo e da
Mudança Climática, algumas comunidades
pioneiras na Grã-Bretanha, Irlanda e outras
localidades assumiram uma abordagem
integrada e inclusiva para reduzir suas
pegadas de carbono e aumentar sua capacidade
de resistir à mudança fundamental que
acompanhará o Pico do Petróleo.
Este documento traz uma visão geral dessas
iniciativas de transição para um futuro de
baixo uso de energia e de níveis mais altos
de resiliência comunitária.
Este documento teve origem na Rede de
Transição (Transition Network), uma
instituição criada recentemente para que se
possa edificar algo em cima do trabalho
pioneiro (revolucionário) de Kinsale, Totnes
e outras localidades que adotaram o modelo
de Transição.
Nossa missão é inspirar, informar, apoiar,
formar redes e treinar comunidades que
cogitem adotar e implementar uma Iniciativa
de Transição. Estamos desenvolvendo uma
grande variedade de materiais, cursos de
treinamento, eventos, ferramentas e
técnicas, recursos e uma ampla capacidade de
apoio para ajudar essas comunidades.
Estamos nos momentos iniciais, portanto,
temos um longo caminho pela frente. Mas
entendemos que a tarefa é gigantesca e vamos
dar tudo o que podemos. Um financiamento
recente de Tudor Trust nos deu uma estrutura
sólida para nosso trabalho. |
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Por que as
Iniciativas de Transição são necessárias |
Os dois
desafios mais difíceis para a humanidade no
início deste século XXI são a Mudança
Climática e o Pico do Petróleo. O primeiro
tem boa documentação e muita visibilidade na
mídia. O Pico do Petróleo, no entanto, ainda
não foi detectado pela maioria das pessoas.
Mesmo assim, o Pico do Petróleo - prenúncio
de uma era de declínio constante na
disponibilidade de combustível fóssil – será
um desafio à estabilidade econômica e social
essencial para aliviar os riscos trazidos
pela Mudança Climática.
As iniciativas de transição atualmente em
curso na Grã-Bretanha e outros países
representam a maneira mais promissora de
engajar pessoas e comunidades em ações de
longo alcance necessárias para aliviar os
efeitos do Pico do Petróleo e da Mudança
Climática.
Além disso, esses esforços de
“relocalização” são destinados a tornar
vidas mais plenas, mais socialmente
conectadas e mais justas. |
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Mais sobre o
Pico do Petróleo |
Você pode não
ter encontrado os princípios do Pico do
Petróleo na mídia. Não deixe que isso o
acalme levando a um falso senso de
segurança. Houve um tempo em que a Mudança
Climática sofria da mesma falta de
exposição.
O Pico do Petróleo não se refere a um
esgotamento do petróleo – nunca ficaremos
sem ele. Sempre haverá um pouco no subsolo:
difícil de ser atingido ou que requeira
muita energia para ser extraído. Reflita
sobre um fato que os economistas
convenientemente evitam falar: independente
de quanto dinheiro pode-se ganhar vendendo
petróleo, quando tiverem que gastar um
barril de petróleo para extrair um barril de
petróleo, a exploração, a perfuração e o
bombeamento vão diminuir gradativamente até
cessar.
O Pico do Petróleo se refere ao fim do
petróleo barato e abundante, ao
reconhecimento de que a crescente quantidade
de petróleo bombeada para nossas economias
chegará a um pico e então inexoravelmente
declinará. Refere-se à compreensão de como o
nosso modo de vida industrializado é
absolutamente dependente do sempre crescente
fornecimento de petróleo barato.
Desde o
início do século XX, o petróleo abundante
permitiu que a sociedade industrializada à
base do carvão acelerasse maciçamente seu
“desenvolvimento”. A partir de então, a cada
ano tem mais petróleo (com exceção das duas
crises de petróleo nos anos 1970, quando o
Oriente Médio levou o mundo a uma recessão
global). E, a cada ano, a sociedade aumenta
sua complexidade, sua mecanização, sua
interconexão globalizada e seus níveis de
consumo de energia.
Os problemas começam quando tivermos
extraído cerca de metade do petróleo
recuperável. Nesse ponto, a extração do
produto vai encarecer (em termos de dinheiro
e de energia), ele brotará mais lentamente e
terá qualidade inferior. Nesse ponto, pela
primeira vez na História, não seremos mais
capazes de aumentar a quantidade de petróleo
extraído, refinado e distribuído ao mercado.
Nesse ponto, o fornecimento de petróleo
estagnará e depois declinará, com maciças
conseqüências para as sociedade
industrializadas. Bem poucas pessoas estão
prestando atenção a esse fenômeno e é fácil
compreender por quê.
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A enganosa
analogia do tanque de petróleo |
A maioria de
nós um dia já ficou sem gasolina enquanto
dirigia e isso pode nos deixar sutilmente
mal informados sobre nossas expectativas a
respeito do esgotamento do petróleo.
O padrão é simples. Seu carro roda
suavemente quando você usa gasolina, até as
últimas gotas de um litro – quando o tanque
já está cerca de 97% vazio. Este é o único
momento em que você começa a sentir o
impacto do seu “esgotamento de combustível”.
O carro começa a vibrar e a andar aos
trancos, o que lhe informa que deve agir
rapidamente ou ele vai parar.
Este padrão significa que podemos ignorar o
medidor de gasolina até quase o fim do ciclo
de esgotamento.
A maneira como o esgotamento do petróleo
afeta a sociedade industrializada, no
entanto, não pode ser mais diferente. O
ponto-chave não é o momento em que você está
quase sem gasolina. É quando o tanque está
meio cheio (ou meio vazio). Isso porque …
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De volta ao
Pico do Petróleo |
O Pico do
Petróleo admite que ainda não estamos perto
de ficar sem o combustível. Estamos, no
entanto, perto de ficar sem o petróleo
abundante e fácil de conseguir. Muito perto.
Isso significa que estamos prestes a entrar
em um declínio de energia – um período
prolongado em que, a cada ano que passa,
teremos menores quantidades de petróleo para
abastecer nosso industrializado modo de
vida.
Os
conceitos-chave e as conseqüências disso são
os seguintes:
• de todos os combustíveis fósseis, não há
outro que tenha densidade energética e que
seja tão fácil de transportar como o
petróleo.
• sempre crescentes quantidades de petróleo
abasteceram o crescimento das economias
industriais.
• todos os principais elementos das
sociedades industriais – transporte,
produção industrial e de comida, aquecimento
doméstico, construção – são totalmente
dependentes do petróleo.
• compreender o padrão de esgotamento dos
campos de petróleo é fundamental. Há um
padrão coerente nos índices de extração de
petróleo – e isso se aplica a campos
individuais, a uma região petrolífera, a um
país ou ainda a todo o planeta -, isto é, a
primeira metade do petróleo é fácil de ser
extraída e tem alta qualidade. Uma vez que
cerca da metade do petróleo recuperável
tenha sido extraída, no entanto, as
extrações seguintes começam a se tornar mais
caras, mais lentas, consomem mais energia e
o petróleo tem qualidade inferior.
• este padrão
significa que o fluxo de petróleo para o
mercado, que tem crescido regularmente nos
últimos 150 anos, chegará a seu ponto
máximo, ao pico. Depois disso, cada ano verá
um decréscimo nesse fluxo, assim como um
acréscimo no risco de interrupções de
fornecimento.
• um grupo cada vez maior de especialistas
em petróleo independentes e geólogos
calculou que o pico vai ocorrer entre 2006 e
2012 (alguns anos de observação
retrospectiva serão necessários para que se
confirme o ponto de pico).
• avanços tecnológicos na extração e
prospecção de petróleo terão apenas um
pequeno efeito nos índices de esgotamento.
Um exemplo: quando os Estados Unidos (baixa
em 48) atingiram seu pico de produção de
petróleo em 1972, os níveis de esgotamento
nas décadas seguintes subiram, independente
da importante onda de inovações
tecnológicas.
É difícil
avaliar o que isso significa para nossas
vidas, nos países desenvolvidos.
Para compreender o quanto isso afetará o
mundo industrializado, aqui temos o
parágrafo de abertura do resumo de um
relatório preparado para o governo dos EUA
em 2005, por uma agência de especialistas em
gerenciamento de riscos e análise de
petróleo:
"O apogeu da
produção mundial de petróleo representa para
os EUA e para o mundo um problema sem
precedentes no gerenciamento de riscos. À
medida que o apogeu se aproxima, os preços
do combustível líquido e a volatilidade dos
preços aumentarão substancialmente e, sem
uma intervenção oportuna, os custos
econômicos, sociais e políticos não terão
precedentes. Existem opções de intervenções
viáveis tanto no abastecimento como na
demanda, mas para conseguir um impacto
substancial, elas devem ser iniciadas mais
de uma década antes de alacançar o pico."
Peaking of World Oil Production: Impacts,
Mitigation & Risk Management. (Pico da
Produção Mundial de Petróleo: Impactos,
Mitigação e Gerenciamento de Risco) Robert
L. Hirsch, SAIC
Este
relatório só se tornou público depois de ter
ficado escondido pela administração
americana durante quase um ano. Uma leitura
atenta das conseqüências de longo prazo do
relatório dão uma clara indicação do motivo
pelo qual o governo estava tão interessado
em mantê-lo longe do público.
Apesar da negativa dos governos, suas
agências e empresas petrolíferas de que
exista um problema, tanto a Chevron como a
Total (dos EUA) admitiram que estamos no fim
da era do petróleo barato.
Jeremy Gilbert, ex-engenheiro-chefe de
petróleo da British Petroleum, disse o
seguinte, em maio de
2007:
“Eu espero
ver o pico em algum momento antes de 2015… e
índices de declínio de 4 a 8% ao ano“.
Muitos senadores americanos, em especial o
republicano Roscoe Bartlett, estão
levantando o assunto no Senado.
Na Nova Zelândia, Jeanette Fitzsimmons, uma
das líderes do Partido Verde, vem chamando a
atenção sobre as ameaças do Pico do
Petróleo. Em 2006, Helen Clark,
primeira-ministra da Nova Zelândia, disse
que
“…o
preço do petróleo está muito alto
provavelmente porque não estamos muito longe
do apogeu da produção, se já não estivermos
lá“.
Na Austrália, o parlamentar Andrew McNamara
dirige a força-tarefa chamada de “Queensland
Oil Vulnerability” (Vulnerabilidade do
Petróleo em Queensland). Ele foi
recentemente indicado ministro para a
Sustentabilidade de Queensland. A Mudança
Climática está à frente da iminente
divulgação do relatório oficial do governo
sobre “A vulnerabilidade de Queensland na
questão dos preços do
petróleo”. Ali ele fala sobre a importãncia
da “relocalização”, diante do esgotamento do
petróleo:
"Não há
dúvida alguma de que as soluções locais
conduzidas pela comunidade serão essenciais.
É aí que o governo certamente terá um papel
de prestar assistência e apoio às redes
locais, com o fornecimento localizado de
alimentos, combustíveis, água e empregos e
das coisas de que precisamos do comércio.
Foi uma das afirmações do primeiro discurso
que fiz sobre o assunto, em fevereiro de
2005… que iríamos ver uma ´relocalização`
nos modos de vida que nos lembraria não o
século passado, mas o anterior. E isso não é
ruim. Sem dúvida, uma das respostas mais
econômicas e eficientes é a promoção do
consumo local, da produção local e da
distribuição local. E há conseqüências
positivas em termos de um melhor
conhecimento de nossas comunidades. Eu
aguardo ansiosamente testemunhar o
crescimento dos benefícios humanos e
comunitários a partir das redes locais". O
ilustre Andrew McNamara, ministro para a
Sustentabilidade, a Mudança Climática e
Inovações de Queensland.
Mas, à parte
algumas exceções notáveis, as lideranças
nacionais não têm se adiantado para
enfrentar esses problemas de maneira
significativa. Por enquanto.
Então, se as lideranças políticas não vão
resolver o problema, quem vai?
A tecnologia é freqüentemente elogiada como
a panacéia para os problemas do Pico do
Petróleo e da Mudança Cimática. No entanto,
uma análise meticulosa da realidade dessas
soluções tecnológicas indica sua imaturidade
com freqüentes conseqüências desastrosas
para o meio ambiente e sua falta de conexão
com o mundo real.
Incapazes de decidir, podemos esperar que a
tecnologia ou os governos resolvam o
problema para nós. Mas parece ser consenso
geral que esta é uma opção de alto risco.
Cabe a nós, em nossas comunidades locais,
assumir uma posição de liderança nesse
campo.
Temos de nos ocupar AGORA para atenuar os
efeitos do Pico do Petróleo. A boa notícia é
que muitas das soluções e das mitigaçoes
para a Mudança Climática podem também
responder às ameaças do Pico do Petróleo – e
vice-versa.
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Entrando em
ação: o quadro geral
iniciativas a
nível global, nacional e local |
As
Iniciativas de Transição são um exemplo do
princípio de como pensar globalmente e agir
localmente. Entretanto ponderamos qual seria
a diferença que você pode fazer em sua
própria comunidade quando os problemas são
gigantescos.
Bem, antes de mais nada, antes mesmo de
levar em conta a diferença que sua
comunidade faz, lembre-se de que sempre que
fizer este tipo de trabalho, estará
inspirando outras pessoas. Elas então
resolvem encarar o desafio e inspiram outras
mais. E assim por diante. Dessa forma, sua
pequena contribuição pode se multiplicar
muitas, muitas vezes e se tornar muito
importante.
Também é bom saber que há projetos para
enfrentar os desafios do Pico do Petróleo e
da Mudança Climática a nível global e
nacional. Iniciativas de Transição
complementam esses projetos ao assegurar que
as mudanças necessárias na maneira como
vivemos o dia-a-dia podem realmente ser
postas em prática.
Algumas das principais iniciativas são:
Global
• o Protocolo sobre o Esgotamento do
Petróleo estabelece uma maneira de as nações
administrarem o declínio para uma utilização
do petróleo em menor escala em colaboração
umas com as outras. O protocolo estabelece
um modelo tanto para os países produtores
como para consumidores de petróleo para
reduzir sistematicamente o consumo global.
Mais informações podem ser encontradas no
site (em inglês)
www.oildepletionprotocol.org
• o plano de
Contração & Convergência (NT: o plano de
‘Contraction and Convergence’ do Global
Commons Institute, http://www.gci.org.uk/
baseado no Reino Unido, clama por ‘direitos
iguais’ compartilhados globalmente, entre
cada homem, mulher e criança, de modo que
pessoas mais pobres possam vender tais
direitos aos mais ricos – convergindo assim
a reduções de CO2 mais igualitárias) oferece
um mecanismo para reduzir as emissões
globais de carbono e estabelecer níveis mais
elevados de igualdade entre o direito de
pessoas e nações de emitir
carbono. Uma boa fonte de informações está
no site (em inglês)
http://www.climatejustice.org.uk/about/
Nacional
Métodos de racionamento de energia parecem
conter a promessa maior de redução do nosso
consumo de combustível fóssil em nível
nacional. O governo já está fazendo
tentativas de abordar esta solução altamente
prática. A história completa está no site
(em inglês):
www.teqs.net.
Local
É aqui que as Iniciativas de Transição têm
um papel importante. Em resumo, trata-se de
um processo de “relocalização” de todos os
elementos essenciais de que a comunidade
precisa para se sustentar e prosperar. Elas
desenvolvem a resiliência local diante dos
efeitos potencialmente danosos do Pico do
Petróleo, enquanto reduzem
significativamente a pegada de carbono da
comunidade. Desta forma, enfrenta tanto o
Pico do Petróleo como a Mudança Climática.
Muitas
cidades nos EUA e mais de cem comunidades em
todo o mundo estão deflagrando suas próprias
jornadas de “relocalização”. Em um nível
municipal, por exemplo, a cidade de Portland,
no Estado americano de Oregon (população:
550 mil habitantes), acaba de divulgar seu
primeiro relatório sobre o Pico do Petróleo
para consulta pública. O primeiro parágrafo
mostra suas preocupações:
"Nos últimos anos, surgiram evidências
convincentes que deixam dúvidas sobre a
hipótese (de que o petróleo e o gás natural
continuarão abundantes e disponíveis) e
sugerem que a produção mundial tanto de
petróleo como de gás natural está
provavelmente perto de alcançar seu apogeu
em breve. Esse fenômeno é conhecido como o
‘Pico do Petróleo’.
Diante do aumento contínuo da demanda por
esses produtos e do papel fundamental que
eles exercem em todos os níveis de
atividades sociais, econômicas e
geopolíticas, as conseqüências serão
colossais".
Portland na verdade incorporou o Protocolo
sobre o Esgotamento do Petróleo em suas
metas – ele propõe reduzir o consumo de
petróleo e gás em 2,6% por ano, alcançando
uma redução de 25% em 2020.
Aqui na Grã-Bretanha, um número cada vez
maior de comunidades observa o plano de
redução de consumo de energia que começou em
Kinsale, na Irlanda, e continua em Totnes,
em Devon.
Há muitos ótimos exemplos de programas de
redução de energia em operação na
Grã-Bretanha sob a bandeira da
sustentabilidade. No entanto, só quando os
princípios da sustentabilidade se juntam à
compreensão da Mudança Climática é que pode
ser alcançada uma abordagem totalmente
integrada. |
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O Modelo de
Transição – o que é isso exatamente? |
O
Modelo de Transição é uma ampla série de
princípios e práticas do mundo real que
foram criadas ao longo do tempo através da
experiência e observação de comunidades à
medida que avançavam no desenvolvimento da
resiliência local e na redução das emissões
de carbono.
Há mais
detalhes sobre cada um destes pontos no
Manual, mas, por enquanto, poderá ajudar se
os resumirmos aqui.
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Atenção
básica |
Apoiar o Modelo de Transição é reconhecer os
seguintes pontos:
• Mudança Climática e Pico do Petróleo
exigem ação imediata
• a vida com
menos energia é inevitável e é melhor ter um
plano do que ser pego de surpresa
• a sociedade industrial perdeu a
resiliência para ser capaz de lidar com os
impactos de energia
• temos que agir em conjunto e agir agora
• diante da economia mundial e de seus
padrões de consumo, se aplicarmos as leis de
física, veremos que o crescimento infinito
de um sistema finito (como o planeta Terra)
simplesmente não é possível.
• nós mostramos níveis incríveis de
ingenuidade e inteligência na trajetória
ascendente da energia nos últimos 150 anos,
e não há motivo por que não possamos usar
essas qualidades e outras, quando tivermos
de negociar o caminho descendente do alto da
montanha de enegia
• se planejarmos e agirmos em tempo hábil, e
usarmos nossa criatividade e cooperação para
soltar o gênio de nossas comunidades locais,
poderemos construir um futuro bem mais pleno
e rico, mais conectado e mais gentil com a
Terra do que os modos de vida de hoje.
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Os 7 "Mas" |
Quando tiver de encarar a perspectiva de
mudanças difíceis e ações desafiadoras, os
humanos vão construir barreiras emocionais e
psicológicas que os impedirão de agir. Os “7
Mas”” dão nome e derrubam as barreiras mais
comuns à mudança. |
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Os 12 passos para a Transição |
Estas são as
áreas mais críticas nas Iniciativas de
Transição. As comunidades têm adotado esses
passos, adaptando-os e reordenando-os
conforme seus contextos.
Esta não é uma lista rígida do que “tem de
ser feito”. É o que vimos que funciona
através de exame minucioso e do que vivemos
nós mesmos com as Iniciativas de Transição.
Num determinado momento certamente haverá
mudanças, à medida que aprendermos mais
sobre como as comunidades podem lidar de
maneira mais eficiente com os desafios da
Mudança Climática e do
Pico do Petróleo.
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Rede de Transição |
O papel da Rede de Transição é acelerar a
mudança através de inspiração,
encorajamento, apoio, estabelecimento de uma
rede e treinamento de comunidades que então
implementarão sua versão do modelo. |
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Kinsale 2021 – um plano de ação para o
declínio da energia |
O primeiro esboço do Plano de Ação para o
Declínio da Energia de Kinsale (Energy
Descent Action Plan, ou EDAP) ficou pronto
em 2005. Ele estabelece de que maneira
Kinsale, uma cidade irlandesa de West Cork,
de cerca de 7 mil habitantes, pode completar
a transição de um alto consumo de energia
para um baixo consumo, como resposta ao
desafio do iminente apogeu da produção
mundial de petróleo.
Este relatório, preparado por estudantes de
permacultura da Faculdade de Kinsale Further
Education, sob a direção de Rob Hopkins,
apresenta uma proposta de como a cidade pode
navegar em tempos de incerteza ao
estabelecer uma visão clara do futuro com
menos energia e identificar um cronograma
para atingi-lo.
Estes esforços foram uma das primeiras
tentativas desse tipo de projeto em todo o
mundo. O relatório aborda a maior parte dos
aspectos da vida em Kinsale, inclusive
alimentação, energia, turismo, educação e
saúde. Ele foi elaborado de maneira a
permitir que outras comunidades e cidades
possam adotar um processo semelhante de
transição para um fututo de menos energia.
O EDAP venceu o prestigioso prêmio Roll of
Honour de 2005, do Fórum Ambiental de Cork
e, mais que isso, foi adotado formalmente
através da votação unânime da Conselho da
Cidade de Kinsale no fim de 2005.
É bom lembrar que trata-se de um projeto de
estudantes, que trabalharam com uma
abordagem totalmente nova. Há muito a ser
feito para torná-lo um projeto duradouro com
raízes profundas na comunidade, mas já é um
grande começo.
As lições tiradas de Kinsale levaram a 12
passos, delineados mais adiante neste
documento.
O documento pode ser baixado do site (em
inglês):
http://transitionculture.org/wp-content/uploads/members/KinsaleEnergyDescentActionPlan.pdf.
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Cidade em Transição: Totnes |
A Cidade em Transição de Totnes começou com
Rob Hopkins para enfrentar o duplo desafio
do Pico do Petróleo e da Mudança Climática.
A iniciativa se apoiou no trabalho original
de Rob na Irlanda ao desenvolver o Plano de
Ação para o Declínio da Energia para a
cidade de Kinsale.
A Cidade em Transição de Totnes (em inglês:
Transition Town Totnes, ou TTT) é a primeira
Cidade em Transição britânica e conta com a
capacidade coletiva da comunidade local de
desenvolver resiliência através de um
processo de “relocalização”, onde for
viável, de todos os aspectos da vida.
A idéia por trás da TTT é simplesmente uma
cidade que usa menos energia e recursos que
normalmente consumiria pode se tornar, desde
que adequadamente planejada e estruturada,
mais resiliente, mais abundante e mais
harmoniosa do que antes.
Com os prováveis contratempos à frente,
derivados do Pico do Petróleo e da Mudança
Climática, uma comunidade resiliente – que
seja autosuficiente em relação à maior parte
de suas necessidades – estará infinitamente
mais bem preparada que as demais, com sua
total dependência dos sistemas altamente
globalizados de alimentação, energia,
transporte, saúde e habitação.
Ao longo de 2007, o projeto continuará a
desenvolver um Plano de Ação para o Declínio
de Energia em Totnes, estruturando um
cronograma a partir do Pico do Petróleo. A
TTT se esforça para ser inclusiva,
imaginativa, prática e divertida.
O projeto TTT começou no final de 2005 com
um programa intensivo de aumento de
conscientização sobre o Pico do Petróleo e a
Mudança Climática.
Quando a
população já estava suficientemente
preparada, foi dado o pontapé inicial no
projeto com o “Lançamento Oficial da Cidade
em Transição de Totnes”, em setembro de
2006, na presença de 350 pessoas na
Prefeitura.
Desde então,
com o crescente número de apresentações,
cursos de treinamento, encontros,
seminários, entrevistas, documentos, blogs e
muito trabalho árduo, a iniciativa capturou
a imaginação da cidade e vai progredindo
muito bem.
Aqui temos um resumo dos eventos, exibições
de filmes, workshops, etc, até agora (até
junho de 2007):
• exibição de
filmes: 8 (com público de até 150 pessoas)
• palestras: 7 (com público de até 350
pessoas) inclusive especialistas como:
o Richard Heinberg (
www.richardheinberg.com )
o Aubrey
Meyer (Contraction & Convergence – Contração
& Convergência http://en.wikipedia.org/wiki/Contraction_and_Convergence
)
o David Fleming ( www.teqs.net )
o Mayer Hillman (autor e ativista no campo
de Mudança Climática)
o “Food and Farming in Transition”
(“Alimentos e Plantio em Transição”),
um evento
lotado no Dartington Hall, que apresentou
Chris Skrebowski, Jeremy Leggett, Patrick
Holden e Vandana Shiva
• eventos: 7 (com público de até 400
pessoas), inclusive:
o o "Grande Lançamento da Cidade em
Transição Totnes"
o open-space sobre Alimentos, Energia,
Coração & Alma e Habitação
o "Seedy Sunday" (ou “Domingo de sementes”),
um evento em que sementes foram
compartilhadas o open-space do Conselho
Municipal no Schumacher College o “Grandes
Propriedades em Transição”, um seminário de
um dia de duração para proprietários de
terras avaliarem suas oportunidades em um
cenário mais “localizado”
• cursos de treinamento: 10 semanas de aulas
noturnas sobre o tema "Skilling Up for
Powerdown" (Aumento de Habilidades para a
Diminuição de Energia)
• workshops: Auditoria da Vulnerabilidade do
Petróleo (Oil Vulnerability Auditing), com
três empresas locais contratando o serviço
• recursos: lista de alimentos locais
•
desafio da água quente solar: conseguir 50
pessoas para se engajar no programa
•
projetos-piloto: moeda local (libras de
Totnes, aceitas por 20 empresas locais),
agora lançada como parte de um plano maior
depois do bem-sucedido plano-piloto, com a
impressão de 10 mil notas e mais de 65
empresas e lojas envolvidas
• arquivos da história oral: recuperação de
informações com as pessoas que viveram
quando todos tinha um modo de vida com menos
gastos de energia
• Capital da Nogueira da Grã-Bretanha:
começam os primeiros plantios
• histórias de Transição: trabalho com
crianças de escolas para fazê-las pensar
sobre um modo de vida com menos gasto de
energia
• Permuta de Jardim: juntar pessoas que têm
muita idade para trabalhar em seus jardins
com outras que não têm jardins mas gostariam
de trabalhar em algum
O programa de
atividades e eventos continua num ritmo
semelhante ao longo do verão de 2007.
Além das atividades acima, dez grupos de
trabalho têm se reunido regularmente para
buscar soluções mais resilientes de baixa
energia para as seguintes áreas: energia,
saúde, alimentação, artes, coração & alma –
a psicologia da mudança -, governos locais,
economia e modos de vida. Outros grupos
começam a se reunir para completar essa
abordagem holística na hora de desenvolver o
plano de resiliência comunitária para Totnes.
Uma atualização do trabalho pode ser
encontrada nos sites (em inglês) www.transitionculture.org
(blog de Rob Hopkins)
ou www.transitiontowns.org/Totnes
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Outras
Iniciativas de Transição |
Aqui temos
uma lista de todas as comunidades britânicas
que adotaram oficialmente o Modelo de
Transição para aumentar sua resiliência
local e reduzir a pegada de carbono (lista
em andamento até 7 de novembro, em ordem de
adoção):
• Totnes, GB - população: 8,5 mil
• Kinsale, Irlanda - população: 2,3 mil
• Penwith, (Cornualha) - população: 64 mil
• Ivybridge, GB – população: 12 mil
• Falmouth, GB - população: 20 mil
• Moretonhampstead, GB - população: 1,5 mil
• Lewes, GB - população: 16 mil
• Stroud, GB - população: 12 mil
• Ashburton, GB - população: 3,5 mil
• Ottery St. Mary, GB - população: 7,5 mil
• Bristol, GB - população: 400 mil
• Brixton, GB - população: 65 mil
• Forest Row, GB - população: 5,5 mil
• Mayfield, GB - população: 2,5 mil
• Glastonbury, GB - população: 9 mil
• Lostwithiel, GB - população: 2,7 mil
• Forest of Dean, GB - população: 80 mil
• Nottingham, GB - população: 280 mil
• Wrington, GB - população: 2 mil
• Brighton&Hove, GB - população: 250 mil
• Portobello, Edimburgo, GB – população: 10
mil
• Market Harborough, GB – população: 20 mil
• Sunshine Coast, Austrália – população: 260
mil
• West Kirby, GB – população: 13 mil
• Llandeilo, País de Gales
• Bro Ddyfi, País de Gales
• Whitstable, Inglaterra
• Marsden & Slaithwaite, Inglaterra
• Frome, Inglaterra
• Brampton, Inglaterra
• Ilha de Wight, Inglaterra
• Ilha Waiheke, Nova Zelândia
• Orewa, Nova Zelândia
• Dunbar, Escócia
• Rhayader, País de Gales
• Seaton, Inglaterra
• Bath, Inglaterra
• Exeter, Inglaterra
• Ilha de Man
• Canterbury, Inglaterra
• Kapiti District, Nova Zelândia
• Biggar Carbono Neutra, uma cidade em
Transição, Escócia
• Presteigne, País de Gales
• Wolverton, Inglaterra
• Leicester, Inglaterra
• Holywood, Irlanda do Norte
• Westcliff-sobre-o-mar, Inglaterra
• Ilhas de Scilly, Inglaterra
• Liverpool Sul, Inglaterra
• Norwich, Inglaterra
Estamos esperando que muitas outras apareçam
nessa lista de iniciativas oficialmente
escolhidas nos próximos anos.
À medida que criamos um criterioso grupo de
comunidades que embarcam em processos de
planejamento de redução de energia, podemos
montar uma próspera rede de colaboração em
que as pessoas compartilham suas melhores
práticas, ajudando umas às outras a criar um
modo de vida muito melhor que a sociedade
pulverizada, desconectada, insustentável e
injusta em que nos
tornamos, em grande parte apoiada no
superabundante petróleo barato.
Há muitas outras comunidades em contato
conosco para elaborar suas próprias
Iniciativas de Transição. Elas podem ser
vistas na página (em inglês):
http://transitiontowns.org/TransitionNetwork/Mulling
-
Totnes, England
-
Penwith, England
-
Kinsale, Ireland
-
Ivybridge, England
-
Falmouth, England
-
Moretonhampstead, England
-
Lewes, England
-
Stroud, England
-
Ashburton, England
-
Ottery St. Mary, England
-
Bristol, England
-
Brixton, England
-
Forest Row, England
-
Mayfield, England
-
Glastonbury, England
-
Lostwithiel, England
-
Forest of Dean, England
-
Nottingham, England
-
Wrington, England
-
Brighton&Hove, England
-
Portobello, Scotland
-
Market Harborough, England
-
Sunshine Coast, Australia
-
West Kirby, England
-
Llandeilo, Wales
-
Bro Ddyfi, Wales
-
Whitstable, England
-
Marsden & Slaithwaite, England
-
Frome, England
-
Brampton, England
-
Isle of Wight, England
-
Waiheke Island, New Zealand
-
Orewa, New Zealand
-
Dunbar, Scotland
-
Rhayader, Wales
-
Seaton, England
-
Bath, England
-
Exeter, England
-
Isle of Man
-
Canterbury, England
-
Kapiti District, New Zealand
-
Carbon Neutral Biggar, a Transition Town,
Scotland
-
Presteigne, Wales
-
Wolverton, England
-
Leicester, England
-
Holywood, Northern Ireland
-
Westcliff-on-Sea, England
-
Isles of Scilly
-
Liverpool South, England
-
Norwich, England
-
Tring, England
-
Crediton, England
-
Boulder County, CO, USA
-
North Howe, Scotland
-
Lampeter, Wales
-
South Petherton, England
-
Armidale, NSW, Australia
-
Chichester, England
-
Bell, VIC, Australia
-
Bellingen, NSW, Australia
-
Berkhamsted, England
-
Forres, Scotland
-
Sandpoint, ID, USA
-
Opotiki Coast, New Zealand
-
Newcastle, NSW, Australia
-
Chepstow, Wales
-
Coventry, England
-
Bungay, England
-
Nelson, New Zealand
-
Hervey Bay, QLD, Australia
-
Dorchester, England
-
New Forest, England
-
Mersea Island, England
-
Maidenhead, England
-
Ladock & Grampound Road, England
-
Leek, England
-
Horsham, England
-
Tynedale, England
-
Stafford, England
-
Chester, England
-
Exmouth, England
-
Cambridge, England
-
Hereford, England
-
Kingston-upon-Thames, England
-
Buxton, England
-
Taunton, England
-
Eudlo, QLD, Australia
-
Ketchum, ID, USA
-
Kildare, Scotland
-
Cotati, CA, USA
-
El Manzano, Chile
-
Sydney, NSW
-
Lyons, CO, USA
-
Whanganui, New Zealand
-
Langport, England
-
Sidmouth, England
-
York, England
-
Transition Blue Mountains, NSW, Australia
-
Louth, England
-
Fujino, Japan
-
Santa Cruz, CA, USA
-
Monteveglio, Italy
-
Arran & Holy Isle, Scotland
-
Ely, England
-
Monmouth, Wales
-
Sampford Peverell, England
-
Berlin, Friedrichshain Kreuzberg, Germany
-
Tunbridge Wells, England
-
Hastings, England
-
Deventer, Netherlands
-
Brooklyn, New Zealand
-
Kilkenny, Ireland
-
Wingecarribee, NSW, Australia
-
Kenmore, QLD, Australia
-
Newton Abbot, England
-
Peterborough, ON, Canada
-
Montpelier, VT, USA
-
Portland, ME, USA
-
Belsize, London, England
-
High Wycombe, England
-
Lancaster, England
-
Sebastopol, CA, USA
-
Bassingbourn, England
-
Leamington Spa, England
-
Sevenoaks, England
-
Chesterfield, England
-
Sheffield, England
-
Woodbridge, England
-
Laguna Beach, CA, USA
-
Pine Mountain, CA, USA
-
Ashland, OR, USA
-
Kirkbymoorside, England
-
Downham Market and Villages, England
-
Berea, KY, USA
-
Pima, AZ USA
-
Dorking, England
-
Hawick, Scotland
-
Los Angeles, CA, USA
-
Cooran, QLD, Australia
-
Castle Ward, Bedford, England
-
Tayport, Scotland
-
Bro Ffestiniog, Wales
-
Redland, Bristol England
-
Barraba, NSW, Australia
-
Denver, CO, USA
-
Newent, England
-
Whatcom, WA, USA
-
Mount Shasta, CA, USA
-
NE Seattle, WA USA
-
Louisville, CO, USA
-
Newburyport, MA, USA
-
Omagh, Northern Ireland
-
Oxford, England
-
Thornbury, England
-
Bro Gwaun, Wales
-
Farnham, England
-
Paso Robles, CA, USA
-
Portland (PDX), OR, USA
-
San Luis Obispo, CA, USA
-
Hohenwald, TN, USA
-
Ann Arbor, MI, USA
-
Oklahoma City, OK, USA
-
Guelph, ON, Canada
-
Diss, England
-
Maleny, QLD, Australia
-
Llantwit Major, Wales
-
Wigan, England
-
Ashtead, England
-
Helston and District, England
-
Kurilpa, QLD, Australia
-
West Marin, CA, USA
-
Tucson, AZ, USA
-
Greater New Haven, CT, USA
-
Santa Barbara, CA, USA
-
Trawsnewid Bangor Transition, Wales
-
Downton, England
-
Wivenhoe, Essex
-
Dundas, ON, Canada
-
Anglesea, VIC, Australia
-
Siirtymäliike Hämeenkyrö, Finland
-
Victoria, BC, Canada
-
Stelle, IL, USA
-
Hancock County, ME, USA
-
Torquay, VIC, Australia
-
Malvern Hills, Worcs, England
-
Hardwick Area, VT, USA
-
Whidbey, WA, USA
-
Andover, England
-
Brisbane East, QLD, Australia
-
Nelson, BC, Canada
-
Finsbury Park, London, England
-
Liskeard, England
-
Culver City, CA, USA
-
Sunnyside Neighborhood, Portland, OR, USA
-
Media, PA, USA
-
St Albans, England
-
Weymouth and Portland, England
-
Horncastle, England
-
Thorncombe, England
-
Marlow, England
-
Sherborne, England
-
Letchworth, England
-
Lavenham, England
-
Timaru, New Zealand
-
Haywards Heath, England
-
Eynsham Area, England
-
Carrboro/Chapel Hill, NC, USA
-
Houston, TX, USA
-
Stamford, England
-
Stratford Upon Avon, England
-
Darebin, Melbourne, VIC, Australia
-
Ipswich, England
-
Epping, Sydney, NSW, Australia
-
Trawsnewid Calon Teifi, Wales - (an
area in the Teifi Valley bounded by
Newcastle Emlyn, Drefach Felindre and
Llandysul)
-
Ottawa, ON, Canada
-
Evesham Vale, England
-
Far North Queensland, Australia
-
Sydney North, NSW, Australia
-
Olympia, WA, USA
-
Chelsea, MI, USA
-
Southwell Area, Notts, England
-
Matlock, England
-
Bielefeld, Germany
-
Transition BH hub, England - (for BH
postcode)
-
Transition Town Tooting, England
-
Melrose, Scotland
-
Hertford, England
-
Henley on Thames, England
-
Worthing, England
-
Eumundi Markets, QLD, Australia
-
Denmark, WA, Australia
-
Anderson, OH USA
-
Austin, TX USA
-
Monterey, CA USA
-
Northfield, MN USA
-
Minehead and Alcombe, England
-
Cocagne, NB, Canada
-
Hull, England
-
South Barwon, VIC, Australia
-
Moffat, Scotland
-
Hemel Hempstead, England
-
Parramatta, NSW, Australia
-
Tavistock, England
-
Louisville, KY USA
-
Shelburne, VT USA
-
Clitheroe, England
-
Groningen, Netherlands
-
Derby, England
-
Shoreham-by-Sea, England
-
Nayland, England
-
Faversham, England
-
Van Buren-Allegan, MI USA
-
Reno, NV USA
-
Manchester, VT USA
-
Prairie Farm, WI USA
-
Westminster/Arvada/Broomfield, CO USA
By Country
-
England
-
Totnes, England
-
Penwith, England
-
Ivybridge, England
-
Falmouth, England
-
Moretonhampstead, England
-
Lewes, England
-
Stroud, England
-
Ashburton, England
-
Ottery St. Mary, England
-
Bristol, England
-
Brixton, England
-
Forest Row, England
-
Mayfield, England
-
Glastonbury, England
-
Lostwithiel, England
-
Forest of Dean, England
-
Nottingham, England
-
Wrington, England
-
Brighton&Hove, England
-
Market Harborough, England
-
West Kirby, England
-
Whitstable, England
-
Marsden & Slaithwaite, England
-
Frome, England
-
Brampton, England
-
Isle of Wight, England
-
Seaton, England
-
Bath, England
-
Exeter, England
-
Isle of Man (technically a
self-governing UK Crown dependency and
therefore not part of the UK)
-
Canterbury, England
-
Wolverton
-
Leicester
-
Westcliff-on-Sea
-
Isles of Scilly
-
Liverpool South
-
Norwich, England
-
Tring
-
Crediton
-
South Petherton
-
Chichester
-
Berkhamsted
-
Coventry
-
Bungay
-
Mersea Island
-
Maidenhead
-
Ladock & Grampound Road
-
Leek
-
Horsham
-
Exmouth
-
Buxton
-
Tynedale
-
Dorchester
-
New Forest
-
Stafford
-
Chester
-
Cambridge
-
Hereford
-
Buxton
-
Kingston-upon-Thames
-
Taunton
-
Langport
-
Sidmouth
-
York
-
Louth
-
Ely
-
Sampford Peverell
-
Tunbridge Wells
-
Hastings
-
Newton Abbot
-
Belsize, London
-
High Wycombe
-
Lancaster
-
Bassingbourn, England
-
Leamington Spa, England
-
Sevenoaks, England
-
Chesterfield, England
-
Sheffield, England
-
Woodbridge, England
-
Kirkbymoorside, England
-
Downham Market, England
-
Dorking, England
-
Castle Ward, Bedford, England
-
Redland, Bristol England
-
Newent, England
-
Oxford, England
-
Thornbury, England
-
Farnham, England
-
Diss, England
-
Wigan, England
-
Ashtead, England
-
Helston and District, England
-
Downton, England
-
Wivenhoe, Essex
-
Malvern Hills, Worcs, England
-
Andover, England
-
Finsbury Park, London, England
-
Liskeard, England
-
St Albans, England
-
Weymouth and Portland, England
-
Horncastle, England
-
Thorncombe, England
-
Marlow, England
-
Sherborne, England
-
Letchworth, England
-
Lavenham, England
-
Haywards Heath, England
-
Eynsham Area, England
-
Stamford, England
-
Stratford Upon Avon, England
-
Ipswich, England
-
Evesham Vale, England
-
Southwell Area, Notts, England
-
Matlock, England
-
Transition BH hub, England - (for BH
postcode)
-
Transition Town Tooting, England
-
Hertford, England
**
Sturminster Newton, England
-
-
Henley on Thames, England
-
Worthing, England
-
Minehead and Alcombe, England
-
Hull, England
-
Hemel Hempstead, England
-
Tavistock, England
-
Clitheroe, England
-
Derby, England
-
Shoreham-by-Sea, England
-
Nayland, England
-
Faversham, England
-
Ireland
-
Northern Ireland
-
Scotland
-
Wales
-
Australia
-
Sunshine Coast, Australia
-
Armidale, NSW
-
Bell, VIC
-
Bellingen, NSW
-
Newcastle, NSW
-
Hervey Bay, QLD
-
Eudlo, QLD
-
Sydney, NSW
-
Transition Blue Mountains, NSW
-
Wingecarribee, NSW
-
Kenmore, QLD
-
Cooran, QLD
-
Barraba, NSW
-
Maleny, QLD, Australia
-
Kurilpa, QLD, Australia
-
Anglesea, VIC, Australia
-
Torquay, VIC, Australia
-
Brisbane East, QLD, Australia
-
Darebin, Melbourne, VIC, Australia
-
Epping, Sydney, NSW, Australia
-
Far North Queensland, Australia
-
Sydney North, NSW, Australia
-
Eumundi Markets, QLD, Australia
-
Denmark, WA, Australia
-
South Barwon, VIC, Australia
-
Parramatta, NSW, Australia
-
Canada
-
Peterborough, ON, Canada
-
Guelph, ON, Canada
-
Dundas, ON, Canada
-
Victoria, BC, Canada
-
Nelson, BC, Canada
-
Ottawa, ON, Canada
-
Cocagne, NB, Canada
-
Chile
-
Finland
-
Germany
-
Italy
-
Japan
-
Netherlands
-
New Zealand
-
USA
-
Boulder County, CO, USA
-
Sandpoint, ID, USA
-
Ketchum, ID, USA
-
Cotati, CA, USA
-
Lyons, CO USA
-
Santa Cruz, CA, USA
-
Montpelier, VT, USA
-
Portland, ME, USA
-
Sebastopol, CA, USA
-
Laguna Beach, CA, USA
-
Pine Mountain, CA, USA
-
Ashland, OR, USA
-
Berea, KY, USA
-
Pima, AZ, USA
-
Los Angeles, CA, USA
-
Denver, CO, USA
-
Whatcom, WA, USA
-
Mount Shasta, CA, USA
-
NE Seattle, WA, USA
-
Louisville, CO, USA
-
Newburyport, MA, USA
-
Paso Robles, CA, USA
-
Portland (PDX), OR, USA
-
San Luis Obispo, CA, USA
-
Hohenwald, TN, USA
-
Ann Arbor, MI, USA
-
Oklahoma City, OK, USA
-
West Marin, CA, USA
-
Tuscon, AZ, USA
-
Greater New Haven, CT, USA
-
Santa Barbara, CA, USA
-
Stelle, IL, USA
-
Hancock County, ME, USA
-
Hardwick Area, VT, USA
-
Whidbey, WA, USA
-
Culver City, CA, USA
-
Sunnyside Neighborhood, Portland, OR,
USA
-
Media, PA, USA
-
Carrboro/Chapel Hill, NC, USA
-
Houston, TX, USA
-
Olympia, WA, USA
-
Chelsea, MI, USA
-
Anderson, OH USA
-
Austin, TX USA
-
Monterey, CA USA
-
Northfield, MN USA
-
Louisville, KY USA
-
Shelburne, VT USA
-
Van Buren-Allegan, MI USA
-
Reno, NV USA
-
Manchester, VT USA
-
Prairie Farm, WI USA
-
Westminster/Arvada/Broomfield, CO USA
|
<><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><> |
Como
estabelecer sua Iniciativa de Transição -
critérios |
Organizamos
um plano com um conjunto de critérios que
nos dizem se a comunidade está pronta para
embarcar nesta jornada rumo a um futuro de
baixo uso de energia. Se você estiver
pensando em adotar um Modelo de Transição
para a sua cidade/comunidade, dê uma olhada
nesta lista e faça uma
avaliação honesta de onde vocês se situam
com relação a cada um dos pontos. Se houver
disparidades, elas podem lhe mostrar onde se
concentrar ao começar a mobilizar energia e
contatos em torno da iniciativa.
Introduzimos esta abordagem um pouco mais
formal para registrar Cidades ou Vilas em
Transição por diversos motivos fundamentais:
• Nossos diretores legais e patrocinadores
querem ter certeza de que, quando
estimulamos projetos embrionários, só
promovemos “oficialmente” as comunidades que
acreditamos estarem prontas para passar ao
estágio de aumento de conscientização. Esse
status confere outros níveis de apoio, como
palestrantes, treinamento, wiki e fóruns que
estamos produzindo
• Para estabelecer programas coordenados
(tais como propostas de financiamento
através da Loteria Nacional), precisamos de
uma categoria formalmente estabelecida de
Iniciativas de Transição que nos dê total
confiança de que podemos apoiá-las e
implementar tais programas.
• Já vimos ao menos uma comunidade
paralisada porque não havia a correta
atitude mental ou um grupo adequado de
pessoas, e que não compreendeu de verdade
para onde se dirigia.
• As categorias “Iniciativa de Transição
Local”, “Centro de Transição Local” e
“Centro Temporário de Transição” são
diferentes e devem ser discutidas desde o
início (ver abaixo). |
<><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><> |
Critérios |
Estes
critérios se desenvolvem o tempo todo e não
são, é claro, verdades indiscutíveis.
1. uma compreensão de que o Pico do Petróleo
e a Mudança Climática andam lado a lado
(deve estar escrito nos estatutos do grupo
ou nos documentos administrativos)
2. um grupo de quatro ou cinco pessoas
dispostas a assumir papéis de liderança (não
apenas o enorme entusiasmo de uma única
pessoa)
3. ao menos duas pessoas da equipe principal
prontas para fazer o curso inicial de
treinamento de dois dias. Inicialmente isso
será em Totnes e, ao longo do tempo, nós o
estenderemos a outras regiões, inclusive
internacionais. O Treinamento em Transição é
baseado na Grã-Bretanha por enquanto, mas
isso terá que ser alterado – estamos
trabalhando nisso.
4. uma conexão potencialmente forte com o
governo municipal
5. uma compreensão inicial dos 12 passos
(ver abaixo)
6. o compromisso de pedir ajuda quando
necessário
7. o compromisso de atualizar regularmente a
presença na rede de sua Iniciativa de
Transição – tanto em wiki (um espaço de
trabalho em cooperação na internet que será
disponibilizado para você) como em seu
próprio site
8. o compromisso de escrever alguma coisa no
blog das Cidades em Transição uma vez a cada
dois meses (o mundo estará observando...)
9. o compromisso – quando estiver em
Transição – de seu grupo de fazer pelo menos
duas apresentações a outras comunidades (nas
redondezas) que estiverem considerando a
possibilidade de embarcar nessa jornada –
uma espécie de “olhem o que foi que fizemos”
ou então “foi assim que aconteceu conosco”
10. o compromisso de redes/conectar com
outras comunidades em Transição
11. o mínimo de conflitos de interesses no
grupo central
12. o compromisso de trabalhar com a Rede de
Transição de modo a fazer solicitações de
recursos a organismos nacionais de
patrocínio. Você pode lidar com seus
patrocinadores locais como achar apropriado.
13. o compromisso de lutar pela inclusão ao
longo de toda a iniciativa. Estamos cientes
de que precisamos reforçar este ponto como
uma resposta às preocupações com relação ao
envolvimento de grupos de extremistas
políticos em iniciativas de Transição. Uma
forma de fazer isso é o grupo central
declarar explicitamente seu apoio à
Declaração dos Direitos Humanos da ONU
(resolução
217 A III da Assembléia-Geral, de 10 de
dezembro de 1948). Você pode incluir isso em
seu estatuto (quando finalizado), de modo
que grupos de extremistas politicos que usem
a discriminação como um de seus
valores-chave não possam participar dos
grupos de tomadas de decisões em sua
Iniciativa de Transição. Pode haver maneiras
mais elegantes de lidar com essa necessidade
e há um
grupo na rede explorando como isto poderá
ser feito.
14. o reconhecimento de que ainda que todo o
seu condado ou região tenham a necessidade
de passar pela Transição, o primeiro lugar
para começar é a sua comunidade. Pode
acontecer que eventualmente o número de
comunidades em Transição na sua região
justifiquem que algum grupo central ajude
com o apoio local, mas isso ocorrerá com o
tempo, e não como resultado de uma
imposição. Este ponto é uma resposta a
vários casos de pessoas que se precipitam
para fazer a Transição em todo o seu condado
ou região em vez de trabalhar na própria
comunidade local. Em casos excepcionais,
onde um centro de coordenação ou centro de
iniciação tenham de ser estabelecidos
(atualmente em Bristol, Forest of Dean,
Brighton&Hove), esse centro será responsável
por garantir que os critérios estejam sendo
aplicados a todas as iniciativas dentro de
sua região. Demais responsabilidades por
apoio continuo e possível treinamento surgem
à medida que as coisas se desenvolvem.
Outros critérios devem ser aplicados aos
centros de iniciação e coordenação – isso
deve ser discutido de pessoa para pessoa.
15. e, finalmente, recomendamos que ao menos
uma pessoa da equipe central compareça a um
curso de design em permacultura… isso
realmente parece fazer diferença.
Uma vez que consiga demonstrar na Rede de
Transição que está integrado e pronto para
deslanchar a jornada de Transição, você
abrirá a porta a todos os tipos de apoios,
materiais, espaços na rede, treinamento,
oportunidades de trabalho na rede e
excelentes iniciativas coordenadas de
levantamento de recursos que continuarão por
2007 e adiante.
A porta está pronta para ser aberta…
detalhes de contato no fim deste artigo. |
<><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><> |
Como
Estabelecer
sua
Iniciativa de Transição – Diferentes Tipos |
Parece haver
agora quatro tipos de Iniciativas que surgem
com o Modelo de Transição:
1. a "Iniciativa de Transição Local" –
embutida em seu próprio local, onde o
grupo-piloto inspira e organiza a comunidade
local. Este é o verdadeiro coração da
Transição.
2. o "Centro de Transição Local" – baseado
em uma área congruente/contígua com sua
identidade própria (por exemplo, uma
cidade). Ajuda a estabelecer e dar apoio às
“Iniciativas de Transição Locais”.
3. o "Centro de Temporário de Iniciação" –
criado a partir do trabalho da união de
indivíduos conhecidos entre si para ajudar a
estabelecer as “iniciativas de transição
locais” em suas próprias comunidades. À
medida que a iniciativa avança, o centro vai
aos poucos se dispersando.
4. o "Centro de Coordenação Regional" –
menos uma organização, mais uma coleção de
iniciativas de transição existentes que são
reunidas para apoio mútuo e coordenação de
atividades como o compartilhamento de
recursos e a representação de uma frente
unida diante de vários órgãos
governamentais. |
<><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><> |
Mais sobre a
"Iniciativa de Transição Local" |
Esta é a
iniciativa mais comum e simples, típica em
comunidades de até 15 mil pessoas. Exemplos
disso incluem Totnes, Lewes, Wrington, e
Portobello em Edimburgo (Escócia).
É lá que ocorrem as verdadeiras mudanças –
em nível local, comandadas por pessoas que
vivem lá. Sem iniciativas locais ativas, não
existe Rede de Transição. |
<><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><> |
Mais sobre o
"Centro de Transição Local" |
|
Quando
estiver totalmente estabelecido (e, com
sorte, financiado), o papel deste grupo será
acionar as iniciativas de transição em seu
local determinado (isto é, nas redondezas) e
manter a função de inspirar, encorajar,
registrar, apoiar, formar rede e
provavelmente treinar as pessoas nessas
iniciativas. O processo de desenvolvimento
dessas funções vai levar tempo e não se pode
esperar que os grupos recém-formados (e
aqueles que operam sem financiamento)
desempenhem todas elas desde o início.
Nós consideramos que a relação entre o
centro e as iniciativas no local será de
apoio mútuo e, ao menos no início, informal.
Esperamos que as várias iniciativas do local
entrem juntas em uma robusta rede e sejam de
apoio mútuo, ao reconhecer que uma
comunidade só é tão resiliente como são seus
vizinhos.
Como estamos
nos primeiros momentos dessa imensa
experiência de transição, essas funções e
modelos vão provavelmente evoluir à medida
que a experiência mostre o que funciona e o
que não funciona.
Exemplos atuais de Centros de Transição
Locais incluem Tynedale e a Floresta de Dean.
O Centro de Transição Local é também
responsável pela condução da “rede de
transição” na localidade, assegurando que
cada iniciativa funcione segundo os
parâmetros dos critérios de transição desde
o princípio. À medida que iniciativas
individuais da localidade amadureçam, o
centro incentivará a aplicação na Rede de
Transição para consideração como uma
iniciativa oficial de transição. Ao longo do
tempo, esperamos que a função de dar às
comunidades status oficial seja assumida
pelo Centro de Transição Local.
O Centro de Transição Local será o ponto de
convergência para a comunicação com as
iniciativas locais naquela região.
Se um grupo quiser assumir (a função de) um
Centro de Transição Local, nós, da Rede de
Transição, temos de ter certeza de que ele
vai realmente se envolver e estará apto a
lidar com isso. O que provavelmente
envolverá uma série de conversas e debates
cara a cara com a equipe.
Estamos planejando elaborar um grupo de
trabalho ligado ao Centro de Transição Local
para debater as complexidades dessa
abordagem – que não são poucas.
Pensamos que o modelo deste Centro de
Transição Local é fundamental para as
cidades e iniciativas rurais em larga
escala, mas os primeiros adeptos terão de
avançar cuidadosamente na tarefa. Trata-se
de um território inexplorado e um
empreendimento nada trivial... avance com
cautela. |
<><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><> |
Mais sobre o
"Centro Temporário de Iniciação" |
Este tipo de
grupo é formado pela reunião de indivíduos
ou outros grupos de localidades distintas na
mesma região, que estão acostumados a
trabalhar uns com os outros no âmbito de
alguma espécie de ativismo ambiental.
O grupo se ajuda entre si a acionar as
Iniciativas de Transição Locais e depois se
dispersa, com os membros originais se
dirigindo a suas próprias Iniciativas de
Transições Locais uma vez alcançado um
mínimo de massa crítica para que se forme um
grupo-piloto local.
A função de um Centro Temporário de
Iniciação é simplesmente lidar com o
trabalho de inspiração com nenhuma
responsabilidade contínua enquanto um
centro.
West Berkshire e algumas outras estão
tentando esta abordagem. Neste cenário, as
iniciativas locais, uma vez iniciadas,
buscarão na Rede de Transição apoio para
treinamento, etc. |
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Mais sobre a
função do "Centro de Transição Regional" |
Está claro
que vamos precisar de alguma espécie de
estrutura capaz de se engajar com o governo
em todos os níveis – local, regional e
nacional.
Este reconhecimento conduziu de certa forma
à formação de diversos grupos que pretendem
representar iniciativas de transição já
existentes e futuras, em sua “área de
represamento”.
Através da observação deste fenômeno e vendo
o que funciona bem e o que não funciona, e
depois de debater a situação com várias
iniciativas de transição, a Rede de
Transição está introduzindo um breve
conjunto de critérios para esta espécie de
grupo.
"A Rede de Transição só reconhecerá
organizações que representem uma coleção de
iniciativas de transição se:
- elas foram
solicitadas por ou surgirem/emergirem a
partir de uma importante parte de
Iniciativas de Transição ativas (tanto
oficiais como embrionárias) dentro dessa
‘área de represamento’, e
- elas foram
organizadas/dirigidas/coordenadas por
representantes escolhidos a partir de
Iniciativas de Transição ativas (tanto
oficiais como embrionárias) dentro dessa
‘área de represamento’.
Outros critérios sobre objetivo e alcance
das atividades vão surgir com a formação
desses centros de coordenação."
Estes critérios vão – nós achamos – produzir
um supra-grupo verdadeiramente autêntico,
autorizado, responsável, transparente,
informado e devidamente motivado. |
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Conclusão |
Como sempre,
estamos lidando com uma festa em andamento e
não há dúvida de que precisaremos manter os
olhos abertos em campo e reagir de maneira a
ajudar os grupos centrais – as iniciativas
de transição locais – a alcançar seus
objetivos-chave. |
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Como
Estabelecer sua
Iniciativa de
Transição – Estruturas Formais e Organização |
Uma pergunta
fundamental surge no início de uma
iniciativa: “Que forma deverá ter este grupo
ou organização?”
(Nota do autor: Este é quase que certamente
o capítulo mais maçante deste artigo ou
documento. Foi um parto escrevê-lo por causa
dos impenetráveis jargões que encontrei nos
sites mais impenetráveis ainda, cheios de
regras enroladas e exceções.
Assim, se você está prestes a ler este
capítulo – cuidado! A menos que esteja cheio
de energia e entusiasmo, eu garanto que em
cinco minutos esse prato de biscoitos que
está no seu colo vai cair no chão e você
estará navegando em sonhos de transição).
Há muitas opções na hora de criar uma
organização, cada uma com diferentes
exigências e atributos. Para simplificar,
vamos discutir apenas as opções de empresas
sociais ou sem fins lucrativos. Favor
observar que este capítulo diz respeito à
Grã-Bretanha e certas regras não se
aplicarão a outros países (inclusive a
Escócia).
As principais opções são:
- Associação não-incorporada (NT: estatuto
de instituição) (não registrada na Comissão
de Instituições Beneficentes ou qualquer
outro lugar)
- Instituição Beneficente (todas as demais
são registradas na Comissão de Instituições
Beneficentes) o Associação não-incorporada o
Trust
- Compania limitada por garantia (também com
registro na Junta Comercial britânica)
- Organização Beneficente Associada
(disponível apenas na primavera de 2008)
- Empresa de interesse comunitário
- Cooperativa de trabalhadores
- Não-incorporada
- Sociedade Industrial & de Previdência
(registrada no Conselho Britânico de Seguros
do Departamento de Indústria e Comércio)
- Empresa limitada por garantias (registrada
na Junta Comercial) |
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Como
Estabelecer sua Iniciativa de Transição – os
7 “Mas” |
Se leu até
agora este Manual, você deve estar mesmo
pensando que a Iniciativa de Transição pode
ser apropriada para a sua comunidade.
A próxima seção (12 Passos) lhe dará um mapa
geral para esta jornada, mas antes você terá
que navegar através das barreiras iniciais,
reais e imaginárias que aparecem no seu
caminho. Nós chamamos estas barreiras de “Os
7 Mas”. |
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Mas não temos
fundos… |
Isto não é
realmente um problema. Levantar fundos é uma
desculpa esfarrapada para entusiasmo e
envolvimento com a comunidade – sendo que
ambos o levarão a passar pelas primeiras
fases de sua transição. Patrocinadores
também podem querer algum tipo de controle e
conduzir a iniciativa para direções
contrárias aos interesses comunitários.
Nós mostraremos como pode-se assegurar de
que o seu processo gere a quantidade
adequada de fundos. Não estamos falando de
fortunas – sua Cidade em Transição não terá
ações nas Bolsas de Valores mas, como me
disse o designer de ecovilas Max Lindeggar
anos atrás, “se um projeto não
tiver um lucro, terá um prejuízo”.
A Cidade em Transição Totnes começou a
trabalhar em setembro de 2005 sem fundos e
tem se autofinanciado desde então. As
palestras e exibições de filmes que fazemos
levantam dinheiro para subsidiar eventos
gratuitos como os dias de Open Space. Você
chegará a um ponto em que terá projetos
específicos que exigirão patrocínio, mas até
lá você dará um jeito. Conserve-se no poder
se
isso acontecer …não deixe que a falta de
financiamento o detenha. |
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Mas eles não
nos deixam… |
Há um certo
temor entre ecologistas de que qualquer
iniciativa bem-sucedida em provocar mudanças
será interrompida, suprimida, atacada por
burocratas sem identiddae ou por
corporações. Se esse medo for grande o
suficiente para impedir que você aja, se a
única coisa que você está pronto para fazer
é abdicar do poder que tem em favor de
alguns “eles” imaginários, então
provavelmente você está lendo o documento
errado. As Cidades em Transição, por outro
lado,
operam “fora do alcance dos radares”, não
procuram vítimas nem fazem inimigos. Assim,
elas não parecem despertar a ira de
instituições já existentes.
Ao contrário, com as grandes corporações
cada vez mais alertas em relação à
sustentabilidade e à Mudança Climática, você
ficará surpreso ao ver quantas pessoas que
ocupam posições de poder se entusiasmarão e
se inspirarão nesse tipo de ação, e ainda
apoiarão e não obstruirão seus esforços. |
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Mas já há
grupos verdes nesta cidade
e eu não
quero tomar o lugar deles… |
Entraremos
nesse assunto com mais detalhes no Passo 3,
abaixo. Mas, essencialmente, você seria
extremamente azarado se tivesse que
enfrentar uma batalha campal. A sua
Iniciativa de Transição deve elaborar um
objetivo comum e um senso de propósito para
os grupos existentes; sendo que você pode
descobrir que alguns estão um tanto
esgotados e vão apreciar muito a nova
vitalidade que chega. Uma ligação com uma
rede de grupos já existentes para criar um
Plano de Ação para o Declínio de Energia
realça e dá objetivo ao seu trabalho, em vez
de apenas fazer uma cópia ou a substituição
de algo existente. Espere que eles se tornem
alguns de seus maiores aliados, fundamentais
para o sucesso de sua Transição. |
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Mas de
qualquer forma
ninguém nesta
cidade se preocupa com meio ambiente… |
Pode-se
facilmente perdoar quem pensa assim, diante
da apática cultura consumidora que nos cerca
atualmente. Mas, logo abaixo da superfície,
pode-se descobrir que as pessoas mais
surpreendentes são entusiásticas advogadas
de alguns dos elementos-chave das
Iniciativas de Transição – alimentos locais,
artesanato local, história local e cultura.
A dica é ir até eles, em vez de esperar que
venham até você. Procure o que têm em comum
e você descobrirá que sua comunidade é um
lugar bem mais interessante do que pensava. |
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Mas
certamente é tarde demais para fazer alguma
coisa… |
Pode ser que
seja tarde demais, mas o mais provável é que
não seja. Isso significa que seus esforços
(e dos outros) são absolutamente
fundamentais.
Não permita que a desesperança seja uma
sabotagem aos seus esforços – como diz
Vandana Shiva: “A incerteza dos nossos
tempos não é motivo para se ter certeza da
desesperança”. |
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Mas eu não
tenho os requisitos necessários… |
Se você não
tem, quem terá? Não importa que você não
tenha um mestrado em sustentabilidade ou
anos de experiência em jardinagem ou
planejamento. O importante é que você se
importa com o local em que vive, que percebe
a necessidade de agir e que está aberto a
novas maneiras de atrair as pessoas.
Se houvesse uma exigência de qualificações
para alguém que fosse iniciar esse processo,
uma lista de qualidades poderia incluir:
• Ser positivo
• Ser bom com pessoas
• Ter um conhecimento básico do local e de
algumas pessoas-chave da cidade.
Isso na verdade é o suficiente. Afinal de
contas, você está prestes a projetar seu
próprio legado ao processo desde o princípio
(ver Passo # 1), portanto sua função nesta
etapa é como um jardineiro preparando o solo
para o jardim, que você pode ou não estar
por perto para ver. |
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Mas eu não
tenho energia para fazer isso! |
Como diz a
citação freqüentemente atribuída a Goethe:
"Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadia
tem genialidade, poder e magia!" A
experiência de dar início a uma Iniciativa
de Transição mostra com certeza que este é o
caso. A idéia de preparar seu município (ou
cidade, vila, vale ou ilha) para a vida
pós-petróleo pode ter implicações
inacreditáveis, mas existe alguma coisa na
energia
desencadeada pelo processo de uma Iniciativa
de Transição que é incontrolável.
Você pode se sentir esmagado pela
perspectiva de tanto trabalho e
complexidade, mas vai aparecer gente para
ajudar. Na verdade, muita gente fala das
sincronicidades de todo o processo e de como
as pessoas certas aparecem na hora certa. Há
alguma coisa que emerge ao assumir aquela
ousadia, do saltar do “por que ninguém faz
nada?” para o “vamos fazer alguma coisa” – e
isso gera a
energia que faz avançar.
Freqüentemente as iniciativas que visam
melhorias ambientais parecem um carro
quebrado que deve ser empurrado ladeira
acima: um trabalho árduo, difícil e sem
recompensas. Cidades em Transição são como
estar do outro lado – o carro começa a andar
mais depressa do que você, e continua
acelerando o tempo todo. Depois que você der
o empurrão no alto da ladeira, ele vai
desenvolver seu próprio ritmo. Isso não quer
dizer que às vezes não seja difícil, mas é
quase sempre um prazer. |
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Os 12 Passos
da Transição |
Estes 12
Passos surgiram da observação daquilo que
parece funcionar no início das Iniciativas
de Transição, em particular de Totnes.
Isso não quer
dizer que sejam de forma alguma rígidos.
Cada projeto os reúne de diferentes formas,
acrescenta uns novos, ignora outros. Eles
oferecem, no entanto, o que acreditamos ser
os elementos-chave da sua jornada e com
sorte vão ajudá-lo nos dois primeiros anos
do seu trabalho.
1) Estabelecer um grupo para a direção e
preparar sua dissolução desde o início
Esta etapa põe uma equipe central no lugar
certo para levar o projeto à frente nas
fases iniciais.
Recomendamos
que você forme seu Grupo-Piloto com o
objetivo de chegar aos passos 2 a 5, e
acertar que, uma vez formados quatro
subgrupos no mínimo (ver #5), o Grupo-Piloto
se dispersa e se restaura com uma pessoa de
cada subgrupo. Isso exige um grau de
humildade, mas é muito importante para que o
sucesso do projeto fique acima dos
indivíduos envolvidos. Seu Grupo-Piloto deve
ser basicamente formado por um representante
de cada subgrupo.
2) Aumento da sensibilização
Esta etapa vai identificar seus principais
aliados, montar redes fundamentais e
preparar a comunidade em geral para o
lançamento de sua Iniciativa de Transição.
Para que um eficiente Plano de Ação para o
Declínio da Energia evolua, seus
participantes têm de compreender os efeitos
potenciais tanto do Pico do Petróleo como da
Mudança Climática – sendo que o primeiro
tópico exige um esforço para aumentar a
resiliência da comunidade, o segundo, uma
redução na pegada de carbono.
A exibição de importantes filmes (“Uma
Verdade Inconveniente”, “Fim do Subúrbio”,
“Um Bruto Despertar”, “Power of Community”)
junto com painéis de especialistas para
responder perguntas ao final, são muito
eficazes. (Ver no próximo capítulo
informações sobre todos os filmes – onde
comprá-los, treilers, quais os regulamentos
de licenciamento, estilos.)
Palestras dadas por especialistas em Mudança
Climática, Pico do Petróleo e soluções
comunitárias podem ser muito inspiradoras.
Artigos em jornais locais, entrevistas a
emissoras de rádio locais, apresentações
para grupos já existentes, inclusive em
escolas, tudo isso faz parte do arsenal para
chamar a atenção das pessoas sobre os temas
e levá-las a começar a pensar em soluções.
3) Estabelecimento das fundações
Esta etapa tem relação com a formação de uma
rede com ativistas e grupos já existentes,
deixando claro que a Iniciativa de Transição
é projetada para incorporar seus esforços
anteriores e futuras contribuições ao
enxergar o futuro de uma nova maneira.
Reconheça e respeite o trabalho deles e
enfatize que eles têm um papel fundamental a
desempenhar.
Faça para eles um resumo conciso e acessível
sobre o Pico do Petróleo, o que significa, o
que tem a ver com a Mudança Climática, como
pode afetar a comunidade em questão e os
principais desafios que acarreta.
Compartilhe o que pensa sobre como a
Iniciativa de Transição pode agir como um
catalisador que leva a comunidade a explorar
soluções e a pensar sobre estratégias de
mitigação, a partir das bases.
4) Organização de um Grande Lançamento
Esta etapa
marca de maneira memorável o momento do
amadurecimento do projeto, o leva para
dentro da comunidade, cria um ritmo que
empurra sua iniciativa para diante em
direção a um novo período de trabalho e
comemora o desejo da comunidade de entrar em
ação.
Em termos de cronograma, calculamos que
ocorra entre seis meses e um ano depois da
primeira exibição de filmes para
sensibilização.
O Lançamento Oficial da Cidade em Transição
Totnes ocorreu em setembro de 2006 e foi
precedido por dez meses de palestras,
exibição de filmes e eventos.
Com relação aos temas, seu lançamento deverá
trazer pessoas para falar sobre o Pico do
Petróleo e a Mudança Climática, com um
espírito de “nós podemos fazer alguma coisa”
em vez de pessimista.
Uma coisa que já vimos que funciona muito
bem são apresentações que falam das
barreiras práticas e psicológicos à mudança
pessoal – afinal de contas, isso tem tudo a
ver com o que fazemos enquanto indivíduos.
Não tem que ser apenas palestras – pode
incluir música, comida, ópera, dança no
intervalo, o que você achar que pode
refletir melhor a intenção de sua comunidade
de embarcar nessa aventura
coletiva.
5) Formar grupos de trabalho
Parte do processo de desenvolvimento de um
Plano de Ação para o Declínio de Energia
está ligada à mobilização da inteligência
coletiva da comunidade. É fundamental
estabelecer alguns grupos menores para se
concentrar em aspectos específicos do
processo. Cada um desses grupos vai
desenvolver seus próprios meios de trabalhar
e suas próprias atividades, mas estarão
todos sob o
guarda-chuva do projeto como um todo.
Idealmente esses grupos de trabalho serão
necessários para todos os aspectos da vida
da comunidade que se sustenta e prospera.
Alguns exemplos são: alimentação, lixo,
energia, educação, juventude, economia,
transportes, água e governo local.
Cada um dos grupos de trabalho se concentra
em sua área e tenta determinar as melhores
maneiras de criar a resiliência comunitária
e reduzir a pegada de carbono. Suas soluções
serão a espinha dorsal do Plano de Ação para
o Declínio de Energia.
6) Usar Open Space – Espaço Aberto
Achamos que a Tecnologia do Open Space -
Espaço Aberto é uma abordagem altamente
eficaz para as reuniões de Iniciativas de
Transição.
Em teoria poderia não funcionar. Um grande
grupo de pessoas se reúne para discutir um
determinado assunto ou tema, sem agenda, sem
cronograma, sem um coordenador óbvio e sem
redatores das atas.
No entanto, organizamos diferentes encontros
de Open Space para alimentação, energia,
habitação, economia e psicologia da mudança.
Ao final de cada reunião, cada um terá dito
o que queria, tudo terá sido extensivamente
anotado e datilografado, várias conexões
estabelecidas e uma enorme quantidade de
idéias terão sido identificadas e visões
plantadas.
A leitura fundamental sobre Open Space -
Espaço Aberto é de autoria de Harrison Owen:
“Open Space Technology: A User’s Guide”
(Tecnologia do Espaço Aberto: Guia de
Utilização); mas você também poderá
encontrar no livro “The Change Handbook:
Group Methods for Shaping the Future” (O
manual da mudança: métodos de grupo para
mudar o futuro), de Peggy Holman e Tom
Devane, preciosas informações sobre uma
enorme abrangência dessas ferramentas.
7)
Desenvolver manifestações práticas visíveis
do projeto
É fundamental que você evite qualquer
impressão de que seu projeto seja apenas um
clube de discussões, em que as pessoas se
sentam e fazem listas de desejos. Seu
projeto precisa, desde o início, começar a
criar manifestações práticas, bastante
visíveis, em sua comunidade. Isso vai
intensificar de maneira significativa a
percepção das pessoas em relação ao projeto
e também sua
disposição em participar.
Durante estas primeiras etapas será difícil
encontrar um equilíbrio em um ponto: você
terá de mostrar avanços visíveis, sem
embarcar em projetos que não terão ao final
lugar no Plano de Ação para o Declínio de
Energia.
Na Cidade em Transição Totnes, o grupo de
alimentação lançou um projeto chamado
‘Totnes – a Capital das Nozes da
Grã-Bretanha’ que pretende produzir um
número máximo possível de árvores que
produzam nozes comestíveis na cidade. Com a
ajuda do prefeito, recentemente plantamos
árvores no centro da cidade, e fizemos disso
um evento altamente visível (ver à
esquerda).
8) Facilitar a Grande Recapacitação
Se nossa resposta ao Pico do Petróleo e à
Mudança Climática é rumar a um futuro de
energia reduzida e comunidades “relocalizadas”,
precisaremos de muitas das habilidades que
eram comuns à época de nossos avós. Uma das
coisas mais úteis que uma Iniciativa de
Transição pode fazer é reverter a “grande
descapacitação” dos últimos 40 anos
oferecendo treinamento para uma ampla
variedade dessas habilidades.
Pesquisar junto aos membros mais idosos de
nossas comunidades é bem instrutivo – afinal
de contas, eles viveram antes desta
sociedade descartável e entendem como uma
sociedade de energia reduzida pode
funcionar. Alguns exemplos de cursos podem
ser:
consertos, culinária, manutenção de
bicicleta, construção natural, isolamento de
sótãos, tintura, canteiros de ervas,
jardinagem, eficiência energética doméstica
básica, fazer massa de pão, plantação de
alimentos (a lista é interminável).
Seu programa
de Grande Recapacitação dará às pessoas um
senso poderoso de realização de suas
habilidades para resolver problemas,
alcançar resultados práticos e trabalhar em
colaboração com outras pessoas. Elas também
descobrirão que aprender é bem divertido.
9) Criar uma ponte com o governo local
Seja qual for o grau de crescimento que sua
Iniciativa de Transição puder gerar, não
importa quantos projetos práticos você tenha
iniciado e quão incrível seja seu Plano de
Declínio de Energia, você não avançará se
não cultivar uma relação positiva e
produtiva com as autoridades locais. Você
precisará delas para fazer planejamentos,
para levantar fundos ou para criar conexões.
Ao contrário do que
imagina, você poderá descobrir que está
querendo empurrar uma porta já aberta.
Estamos discutindo como redigir o Plano de
Ação para o Declínio de Energia em Totnes
com um formato parecido com o Plano de
Desenvolvimento Comunitário, já existente.
Talvez um dia os planejadores da Prefeitura
possam se sentar em uma mesa com os dois
documentos em frente a eles – um Plano
Comunitário convencional e uma bela
apresentação do Plano de Ação para o
Declínio de Energia. Em algum momento de
2008 o preço do barril de petróleo cruzou
pela primeira vez a barreira dos 150
dólares. Os planejadores olham um documento
e depois o outro e concluem que apenas o
Plano de Ação para o Declínio de Energia
poderá lidar com os desafios que surgem à
nossa frente. E, à medida que o documento
avança para uma posição central, o plano
comunitário
aos poucos vai escorregando para a lixeira
(podemos sonhar!).
10) Respeitar os idosos
Para aqueles entre nós que nasceram nos anos
60, quando petróleo barato era coisa comum,
é difícil imaginar uma vida com menos
petróleo. Todos os anos da minha vida (com
exceção da crise do petróleo nos anos 70) se
apoiaram em mais energia do que nos anos
anteriores.
Para reconstruir a imagem de uma sociedade
com menos energia, temos que nos unir
àqueles que se lembram da transição para a
época do petróleo barato, em especial o
período entre 1930 e 1960.
Mesmo que você queira claramente evitar
qualquer idéia de que está defendendo um
retrocesso ou uma volta ao passado, há muito
o que aprender com o jeito como as coisas
eram feitas, que conexões invisíveis ligavam
os diferentes elementos da sociedade e como
se tocava o dia-a-dia. Descobrir isso pode
ser profundamente esclarecedor e despertar
um sentimento de que estamos
muito mais conectados ao lugar em que
desenvolvemos nossas Iniciativas de
Transição.
11) Deixar rolar quando for para deixar
rolar…
Você pode começar desenvolvendo sua
Iniciativa de Transição com uma idéia clara
de onde quer ir, mas mesmo assim
inevitavelmente irá parar em outro lugar. Se
você tentar se agarrar a uma visão fixa, ela
vai solapar sua energia e você vai patinar.
Sua função não é ter resposta para tudo, mas
agir como catalizador da comunidade para
planejar sua própria transição.
Se você mantiver o foco nos critérios
básicos do design (planejamento) – o
desenvolvimento da resiliência comunitária e
a redução da pegada de carbono -, verá como
o talento coletivo da comunidade levará ao
surgimento de soluções plausíveis, práticas
e altamente engenhosas.
12) Criar um Plano para o Declínio de
Energia
Cada grupo de trabalho tem mantido o foco em
ações práticas para aumentar a resiliência
comunitária e reduzir a pegada de carbono.
Essas ações combinadas formam o Plano de
Ação para o Declínio de Energia. Assim o
talento coletivo da comunidade planejou o
próprio futuro para enfrentar os potenciais
desafios do Pico do Petróleo e da Mudança
Climática.
O processo de desenvolver o plano não é
tarefa fácil. Ele evolui à medida que
descobrimos o que funciona e o que não
funciona. |
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Rede de Apoio
à Transição – Quadro Local de Recursos |
Desenvolver
um quadro com os recursos locais –
existentes e potencial de disponibilidade –
será fundamental para criar um plano de ação
realista. Estamos desenvolvendo modelos para
ajudar este
processo. |
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Rede de Apoio
à Transição – Cronograma da Transição |
Estamos
trabalhando com cientistas de Mudança
Climática, ecologistas, analistas de energia
e economistas verdes para montar uma ampla
cronologia que nos dê um panorama temporário
sobre o qual redigiremos o Plano de Ação
para o Declínio de Energia. |
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Rede de Apoio
à Transição – Indicadores de Resiliência |
Estes
capítulos introduzem o conceito de
“indicadores de resiliência” e isso precisa
ser explicado. Resiliência é a capacidade de
um sistema ou uma comunidade de resistir a
impactos externos. Um indicador é a maneira
de medir essa resistência.
Normalmente, a principal maneira de medir a
redução de uma pegada de carbono é através
das emissões de CO2. Nós acreditamos
firmemente, no entanto, que cortar o carbono
antes de desenvolver a resiliência é dar uma
resposta insuficiente quando se trata de
enfrentar tanto o Pico do Petróleo quanto a
Mudança Climática.
Então como é que você pode dizer que a
resiliência da comunidade em questão está
aumentando?
Os indicadores de resiliência podem ser os
seguintes:
• porcentagem de alimentos plantados no
local
• quantidade de moeda local em circulação e
a porcentagem com relação à totalidade do
dinheiro em circulação
• quantidade de negócios pertencentes a
moradores locais
• distâncias médias percorridas pelos
trabalhadores da cidade entre casa e
trabalho
• distâncias médias percorridas pelas
pessoas que vivem na cidade mas trabalham
fora dela
• porcentagem de energia produzida no local
• quantidade de materiais renováveis de
construção
• proporção de bens essenciais manufaturados
na comunidade ou até uma determinada
distância
• proporção de lixo compostável que é
realmente usado como compostagem
Alguns indicadores são universais, mas
muitos serão específicos do lugar e vão
surgir ao longo do processo de redução de
energia. Estamos estudando um conjunto
universal de indicadores de resiliência e
vamos publicá-lo na rede quanto estiver
pronto. |
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O Plano de
Ação
de Declínio
de Energia – EDAP (sigla em inglês) |
Algumas
pessoas das comunidades em transição estão
dando a isto o nome de “trajeto” ou “visão”,
e não “plano”. O que for melhor para você
está bem para nós também.
Essencialmente, o plano EDAP vai fazer um
quadro da comunidade tão colorido, atraente
e irresistível que qualquer pessoa que não
estiver envolvida no seu desenvolvimento vai
reconsiderar o sentido de sua vida.
Ele deve ser feito assim (ao menos, foi até
aqui que chegamos ao imaginá-lo):
1) Faça um quadro dos recursos locais: reúna
informações de sua comunidade para cada um
dos grupos de trabalho: terras aráveis,
opções de transportes, fornecimento de
serviços de saúde, fontes de energia
renováveis, capacidade de manufatura de
têxteis, materais de construção. Isso pode
ter sido feito nas primeiras etapas de
atividade dos grupos de trabalho.
• A Rede de
Transição terá modelos disso
2) Crie uma visão para a comunidade para
daqui a 15 ou 20 anos: como estará a sua
comunidade daqui a 15 ou 20 anos se
reduzirmos drasticamente as emissões de CO2
e o uso de energia não-renovável e
estivermos bem encaminhados no
desenvolvimento da resiliência em todos os
aspectos mais importantes da vida.
• A Rede de
Transição vai fornecer indicadores de
resiliência para ajudar a manter o foco em
seu exercício visionário
3)
Reconstituir a visão de volta para “hoje”:
faça uma cronologia de marcos,
pré-requisitos, atividades e processos que
precisam funcionar para as visões serem
alcançadas. Os indicadores de resiliência
ajudarão a dar forma a esta etapa.
• A Rede de Transição vai fornecer um amplo
Calendário de Transição na Grã-Bretanha para
ajudar neste processo
4) Busque o Plano da Comunidade Local e a
Estratégia de Parcerias produzidos pelo
governo local. Esses planos provavelmente
terão escalas cronológicas e elementos de
que você precisará.
5) Histórias de Transição: enquanto isso, o
grupo de Histórias de Transição está
produzindo artigos, relatos, quadros e
representações da comunidade planejada, como
chegaremos lá e o que poderá acontecer no
meio do caminho.
6) Crie o primeiro esboço do plano de ação
EDAP: junte o plano geral e as histórias de
transição em um bloco coerente e passe-o
adiante para que seja revisado e consultado.
7) Finalize o plano EDAP: integre as
informações ao plano EDAP. De maneira
realística, este documento (se se tornar um
documento) nunca terá a forma “final” – ele
será constantemente atualizado e aumentado,
à medida que as condições mudam e as idéias
surgem.
Este é um processo vivo e não saberemos o
quão próximo estará da realidade até que
alguns grupos tenham passado por ele.
A Rede de Transição está desenvolvendo
planos para apoiar este processo fornecendo
elementos, como um conjunto de indicadores
de resiliência ou uma ampla cronologia que
cubra energia, clima, alimentos, etc. |
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Vídeos sobre
os 12 passos para a Transição |
O YouTube tem
vídeos de Rob Hopkins apresentando os 12
passos no congresso da Rede de Transição, em
maio de 2007. Eles podem ser encontrados no
endereço:
http://www.youtube.com/results?search_query=rob+hopkins+twelve+steps
Se você buscar o mesmo tema, mas sem os “12
passos”, verá uma impressionante coleção de
vídeos de Rob sendo entrevistado por
Adrienne Campbell da Cidade em Transição
Lewes. |
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O contexto
mais amplo da Transição |
Só na
Grã-Bretanha e no País de Gales há 11 mil
paróquias (distritos eclesiásticos,
municípios, vilas), 60 cidades e um grande
número de comunidades rurais que terão de
percorrer o caminho do declínio de energia,
tanto ativa como reativamente
Mas junto com essas transições apoiadas em
comunidades, cada indivíduo tem de abandonar
o apego ao petróleo e a uma quantidade
imensa de práticas ecologicamente
devastadoras, e deixar a complexa teia que o
prende ao eterno paradigma do crescimento.
Isso será mais fácil para uns do que para
outros, mas nós todos teremos que fazer.
E cada um de nós deverá se aproximar da
compreensão sincera de que, se quisermos
continuar vivendo na Terra, teremos de tecer
nosso caminho de volta ao tecido do planeta
e entender que o conceito de “os humanos são
independentes da Terra” é uma falsa
dualidade em que se apóia a
sociedade industrializada, enganosa como uma
passagem de ida a um inferno na terra, muito
mais quente do que poderíamos agüentar.
Esta jornada envolve sentir plenamente o
peso insuportável da responsabilidade pelo
estado das coisas e a cumplicidade de todos
no apoio a esse paradigma insustentável.
Para alguns, isso envolve sentir a dor do
planeta, que pode ser esmagadora. Esta
jornada para a realização fica mais fácil de
ser percorrida com companheiros viajantes,
para que possamos dividir o peso e
compartilhar apoio. Feita a sós, é um
caminho solitário – se a pessoa não tiver
suficiente apoio emocional, dará meia volta.
Junte, portanto, alguns corajosos e vá em
frente. E quando chegar ao outro lado, mais
sábio, mais resiliente e mais determinado,
aja como um guia para aqueles que vierem
depois de você, pois eles terão necessidades
ainda maiores que as suas. |
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Algumas
citações que contam
a história da
Transição mais ampla |
“Temos de
encontrar uma maneira de viver neste planeta
sem fechar os olhos para o que estamos
fazendo.” – Joanna Macy
--------------------------
"Os importantes problemas que temos não
podem ser resolvidos no mesmo nível de
pensamento que tivemos quando os criamos." –
Albert Einstein
"Nossa tarefa deve ser ampliar nosso círculo
de compaixão e abraçar todos os seres vivos
e toda a natureza em seu esplendor." –
Albert Einstein
--------------------------
"Antes éramos caçadores-coletores, agora
somos compradores-emprestadores." – Robin
Williams, 1990
--------------------------
"Se o mundo tiver de ser curado através dos
esforços humanos, estou convencido de que
isso será feito por pessoas comuns, pessoas
cujo amor pela vida é ainda maior do que seu
medo. Pessoas que podem se abrir a rede da
vida que nos chama à existência." – Joanna
Macy
--------------------------
"Quando vejo um adulto em uma bicicleta, não
perco a esperança na raça humana." – H.G.
Wells
--------------------------
“Se a Grande Virada fracassar, não será
tanto por falta de tecnologia ou de
informações importantes quanto por falta de
vontade política. Quando nos distraímos ou
ficamos com medo, e estamos em desvantagem,
é fácil deixar que coração e mente se tornem
insensíveis.
Os riscos que temos à frente neste momento
são tão penetrantes ainda que freqüentemente
tão difíceis de enxergar – e dolorosos de
enxergar, quando chegamos a olhar para eles
-, que essa insensibilidade acaba atingindo
a todos. Ninguém fica imune. Ninguém tem
imunidade contra dúvida, negação ou
descrédito sobre a gravidade de nossa
situação – e sobre nossa força para mudá-la.
Ainda assim, de todos os perigos que temos
diante de nós, da Mudança Climática às
guerras nucleares, nenhum é tão grande
quanto o amortecimento
de nossas respostas.
Essa insensibilidade de coração e mente já
tomou conta de nós – nas distrações que
criamos para nós enquanto indivíduos e
nações, nas brigas que compramos, nos
objetivos que perseguimos, nas coisas que
compramos. Vamos então olhar para isso.
Vamos ver que amortecimento é esse e como
ele ocorre. Este trabalho (conforme descrito
no livro "Coming Back to Life", ou “De volta
à vida”) nos ajuda a acordar desse sono e
voltar à vida.
Reconectados
com nossos mais profundos desejos, então,
estaremos prontos para participar da Grande
Virada. Vamos optar pela vida.” – Joanna
Macy |
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Conexão com a
Terra – a jornada lírica
do átomo do
carbono |
O carbono é o
tijolo do edifício da vida e aqui veremos
uma das fases desta interminável jornada, em
uma adaptação de um ensaio de Primo Levi.
Se alguma vez você pensou que estava
desconectado com este planeta, este ensaio
vai lhe esclarecer, pois você tem cerca de
700.000.000.000.000.000.000.000.000
(setecentos septilhões) átomos de carbono no
corpo (que representam 10% da massa
corporal), sendo que cada um já executou
incontáveis danças, não diferentes desta que
vamos ver agora...
"Nosso átomo de cabono se mantém há milhões
de anos ligado a três átomos de oxigênio e
um de cálcio, sob a forma de calcário, não
muito distante da superfície da Terra.
A qualquer momento, um golpe de picareta
pode soltá-lo para levá-lo a uma caieira
(forno de cal), lançando-no no mundo das
coisas que se alteram. Ele é assado e, ainda
junto a seus companheiros de oxigênio, é
lançado pela chaminé e encontra o caminho do
ar. Sua história, que antes era estática, se
tornou tumultuada.
Ele foi apanhado pelo vento, arremessado à
terra e lençado a dez quilômetros de altura.
Foi respirado por um falcão, desceu até seus
íngremes pulmões, mas não penetrou no sangue
e foi expelido.
Foi dissolvido três vezes pela água do mar,
chegou às águas de uma torrente caudalosa e
mais uma vez foi expelido. Viajou com o
vento durante oito anos: algumas vezes no
alto, outras, mais baixo, no mar ou entre
nuvens, sobre florestas, desertos e a
interminável imensidão do gelo, até tropeçar
e cair preso na aventura orgânica.
O átomo de que estamos falando nasceu com o
vento perto de uma fileira de videiras. Ele
teve a sorte de se esfregar numa folha,
penetrar nela e se fixar ali por um raio de
sol.
Agora nosso átomo formou parte de uma
molécula de glicose. Viajou da folha para o
caule e dali desceu para um cacho de uvas
quase maduras. O que aconteceu depois foi da
responsabilidade dos vinicultores.
O destino do vinho é ser bebido. Quem o bebe
fica com a molécula no fígado durante mais
de uma semana, bem enroscada e tranqüila,
como uma reserva de energia para um esforço
súbito, uma esforço que terá de fazer no
domingo que vem, perseguindo um cavalo em
disparada...
O átomo foi arrastado para fora da corrente
sangüínea e foi parar numa minúscula fibra
muscular do quadril... e, depois, como
dióxido de carbono, foi expirada e voltou ao
ar.
Mais uma vez com o vento, mas desta vez mais
longe, ele cruzou os Apeninos e o mar
Adriático, passou pela Grécia, pelo mar Egeu
e por Chipre: estamos sobre o Líbano. E a
dança se repete.
O átomo agora penetra e fica preso ao
respeitável caule de um cedro, um dos
últimos. Ele pode ficar no cedro até 500
anos, mas vamos dizer que, depois de vinte,
uma larva de caruncho se interessou por ele
e o engoliu.
A larva de caruncho se tornou uma pupa e, na
primavera, surgiu sobre a forma de mariposa
que agora morre sob o sol, confusa e
fascinada pela beleza do dia. Nosso átomo
está em um dos mil olhos do inseto.
Quando o
inseto morre, ele cai no chão e é enterrado
sob a vegetação rasteira da floresta. Aqui
entra em ação o onipresente, incansável e
invisível microorganismo do húmus. A
mariposa lentamente se desintegrou e o átomo
mais uma vez ganhou asas.
E alçou vôo... até chegar a um momento de
descanso na superfície do mar, e então
lentamente afundou. Uma alga marinha de
passagem se apropria do átomo para construir
a extremamente delicada concha de carbonato
de cálcio. Ele logo morre e desliza até o
fundo do oceano, onde se compacta com
trilhões de companheiros e seus átomos de
carbono.
Passada uma era geológica, os movimentos da
placa tectônica trouxeram esse sedimento -
agora um penhasco cretáceo - para a
superfície da terra, expondo nosso átomo
mais uma vez à possibilidade de voar na
complexa dança da vida."
Agora olhe para a sua mão – uma cicatriz,
talvez, ou uma unha. Pense nisso como menos
que uma mão, mais como um lugar de descanso
temporário para incontáveis átomos de
carbono. Um lugar em que eles estão fazendo
uma pequena pausa antes de prosseguir na
vasta e interminável jornada que passa pelas
profundezas dos oceanos, o céu mais alto, os
dinossauros que viveram antes de você e as
criaturas com que nem sonhamos e que virão
depois de nós.
Já se sente conectado? |
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Questões de
liderança e estrutura |
Líderes,
focalizadores, iniciadores, convocadores... |
A idéia de
liderança é ampla e interessante e teremos
muitos debates sobre o tema com pessoas com
uma rica experiência social e organizacional
nos campos prático e teórico.
Aqui citamos Chomsky:
"Se a liderança é delegada, monitorada,
permutável e recrutável, pode ser um
instrumento útil e até necessário. Mas (deve
ser) sempre vista com um olhar crítico".
(correspondência, 11/09/07)
O termo
“líder”, no entanto, tem conotações tão
carregadas que quaisquer conversas sobre o
tema são bastante propensas a
desentendimentos e conflitos.
É importante, portanto, criar uma definição
absolutamente clara para o termo antes de
colocá-lo em debate.
Antes de tudo, num grupo que funciona bem,
qualquer um pode exercer a liderança por um
tempo.
Liderança tem a ver com inspirar os outros,
tomar iniciativas e ajudar um grupo a
encontrar a direção que quer tomar. Isso
pode acarretar algumas das seguintes
funções: a de pensador crítico, uma pessoa
de idéias, o mantenedor da harmonia do
grupo, motorista, organizador,
integrador/professor, trabalhador de rede
externa.
Liderança não necessariamente tem a ver com
poder sobre um grupo – e sim com fazer um
grupo sentir-se com poder outorgado. Não tem
a ver com hierarquia, nem com “quem é o
chefe”, não tem a ver com administração nem
com ter “seguidores”. Em especial, não tem a
ver com um rótulo permanente aplicado a um
indivíduo.
Cada um de nós temos qualidades de liderança
e é importante que elas sejam desenvolvidas
– todos temos de ser capazes de inspirar os
outros e de começar alguma coisa nova.
Mas também temos de reconhecer que,
dependendo da tarefa a ser executada, pode
ser que tenhamos de circular entre as
funções exigidas – inspirador, executante,
cronometrista, agente de ligação,
patrocinador, gravador, criador, arrumador,
contribuidor, etc. Se quisermos nos tornar
pessoalmente resilientes (isto é,
adaptáveis) e maximizar nossa contribuição
para a transição da
comunidade, precisamos desenvolver também
todos os atributos para estas funções.
Pode ser que
o termo “líder”, no entanto, esteja tão
contaminado que não funcione com seu grupo
de transição. Outras palavras podem ser
utilizadas para descrever algumas das
diferentes funções necessárias neste campo:
focalizador, catalizador, convocador,
coordenador, eixo central, planejador,
iniciador. No final, não demora muito para
que a palavra perca suas conotações e se
torne a “sua” palavra, definida pelas
qualidades emergentes ligadas às funções e
demonstradas junto aos grupos.
Com relação ao consenso, seria ótimo se o
tempo não fosse um recurso escasso. Acredito
nas soluções pragmáticas, desde que todos
sintam que foram ouvidos de verdade, que
tiveram a chance de influenciar o grupo e
que suas idéias foram avaliadas de maneira
crítica mas construtiva. A maioria das
pessoas estará então preparada para:
• mudar de idéia (sem perder a dignidade)
• ver suas idéias combinadas a outras para
formar algo diferente
• aceitar que o resto do grupo diverge, mas
quer que sua opinião de minoria seja
registrada
Diferenças e conflitos bem conduzidos
normalmente melhoram a qualidade das
decisões e o grau de comprometimento com
elas. |
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Estruturas
emergentes para grupos-sementes |
iA maioria de
nós reconhece que, nas Iniciativas de
Transição, é necessário olhar para além dos
modelos hierárquicos tradicionais, mas não
temos tempo para gastar todo o nosso esforço
tentando descobrir o que seria melhor.
No pequeno grupo que conduz a organização da
Rede de Transição, adotamos uma estrutura
hierárquica temporária, paralelamente a um
processo para encontrar o modelo mais
adequado que adotaremos no devido tempo e
que poderá ser adotável/adaptável por
quaisquer comunidades individuais que
estejam trilhando o caminho da transição.
Caórdico (mistura de caos e ordem), Etapa
Natural, Sistema Viável, Mondragon,
Cooperativa, Parecon e outras abordagens
podem fazer parte da mistura de um possivel
modelo.
Também reconhecemos que há a necessidade de
um certo nível de fluidez – algumas
situações exigem uma estrutura totalmente
plana, outras exigem responsabilidade (isto
é, entre as pessoas e com os depositários de
dinheiro da comunidade ou da rede) e outras
precisam de pessoas que assumam a liderança
por um tempo determinado.
Não temos as respostas para isso, mas
sabemos que as estruturas mais bem-sucedidas
vão se voltar à necessidade de resiliência,
responsabilidade, adaptabilidade e
cooperação. Ser ecléticos pode ser
fundamental. |
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Tempo |
"Somos
súditos do tempo e o tempo nos manda
partir." - William Shakespeare
O que permeia toda essa tomada de decisão e
entrada em ação é o imperativo do tempo. O
caos climático não vai esperar que se
alcance um consenso (de 100%) com relação a
todos os pontos, nem tampouco o esgotamento
do combustível fóssil.
O tempo pode não ser um desafio para o seu
grupo. Se não for, vocês têm muita sorte.
O resto de nós temos encontrado uma grande
quantidade de obstáculos para agir fora dos
nossos grupos. A última coisa que precisamos
é aumentar os obstáculos com nossos próprios
apegos psicológicos aos dogmas ou paradigmas
de determinadas formas de trabalhar. |
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O papel do
governo local |
O papel do
governo local que começa a surgir -
preferido tanto por autoridades
administrativas como pelas iniciativas de
transição – é o de apoiar e não conduzir.
Sempre soubemos que o governo local iria ter
um papel fundamental nas Iniciativas de
Transição na Grã-Bretanha e Irlanda. Ao
longo dos últimos meses, temos visto que
esse papel surge tanto nas comunidades em
transição já existentes como nas novas
comunidades que estão em suas primeiras
etapas de contato conosco.
Nossa primeira surpresa foi ver o quanto os
conselhos municipais estão prontos a se
comprometer seriamente com as iniciativas de
transição em andamento.
A segunda é a quantidade de comunidades em
que a primeira pessoa a entrar em contato
conosco é alguém do conselho municipal. Este
é um fenômeno recente, que acolhemos de
coração.
Listamos alguns exemplos abaixo.
Exemplos de conselhos municipais que
trabalham com Iniciativas de Transição
Totnes
No Schumacher College, em Totnes,
autoridades locais se reuniram para examinar
como a compreensão do Pico do Petróleo e da
Mudança Climática pode permear seu trabalho
e suas decisões. Participaram 23
conselheiros dos conselhos eclesiásticos
locais, conselheiros municipais e distritais,
e também o membro do Parlamento local.
Um grande número de autoridades tem papel
ativo nos grupos de transição dentro da
iniciativa em geral.
O Conselho Municipal endossou oficialmente a
Iniciativa de Transição.
Lewes
Nós nos comprometemos com autoridades-chave
do Conselho Distrital de Lewes desde nossas
primeiras reuniões, em janeiro. A partir de
maio, quando se formou o novo conselho,
convidamos membros do Gabinete para nossos
eventos e tivemos com eles conversas
informais. Um dos nossos membros concorreu e
foi eleito para o conselho e dois novos
conselheiros apóiam ativamente a TTL.
Nosso objetivo é apoiar a Estratégia do
Conselho para a Mudança Climática, e pedir a
eles apoio para lidar com o tema do Pico do
Petróleo. O próximo passo é oferecer para
fazer uma apresentação sobre a TTL para a
alta administração.
Stroud
Todo o gabinete do Conselho Distrital de
Stroud participou de um encontro com Richard
Heinberg, em maio de 2007. Richard é o autor
de três livros fundamentais sobre o Pico do
Petróleo, uma das maiores autoridades
mundiais no assunto e em estratégias de
mitigação.
Penwith
O Conselho Distrital de Penwith (PDC) tem
sido um parceiro estratégico na Transição de
Penwith (TP) desde a formação do grupo em
novembro de 2006.
O Conselho (PDC) concede à TP recursos como
locais de encontro, equipamento, utilização
das salas do conselho para reuniões, apoio
de marketing e desenvolvimento,
aconselhamento sobre parceria de trabalho e
financiamento.
Um
funcionário do Conselho para as Comunidades
Sustentáveis participa do comitê da TP como
tesoureiro.
Os dirigentes do Conselho têm dado apoio de
diferentes maneiras. Um exemplo: o
secretário de Turismo Sustentável do
Conselho de Penwith trabalha com a TP para
fazer uma licitação para que seja
desenvolvido um modelo de Transição em
Turismo para as penínsulas da Europa. O
secretário de Economia Rural do Conselho
trabalha com a TP para levantar
financiamento e apoio para o
reestabelecimento do mercado dos
agricultores no centro de Penzance e o
desenvolvimento de um Projeto Agrícola
Comunitário.
A TP se compromete ativamente com
conselheiros paroquiais, conselheiros
municipais (de Hayle, St. Just, St. Ives e
Penzance) e conselheiros distritais, e
também com conselheiros municipais da
Cornualha. A TP tem um forte apoio do membro
do Parlamento Andrew George, que tem falado
em eventos da TP e levado questões nossas ao
Parlamento. Os prefeitos de Penzance, St.
Ives e St. Just têm comparecido aos eventos
da TP e expressado seu apoio.
Examplos
de primeiro contato com conselheiros e
prefeitos
A
seguir, há trechos de e-mails, correios de
voz ou relatórios diretos de membros de
grupos de direção de Transições em
andamento.
- Conselheiro Municipal: "Sou um conselheiro
municipal na cidade de xxxx e tenho
acompanhado a rede de cidades em transição
com enorme interesse... Estou tentando
reunir documentos, etc, que possam fazer um
breve resumo sobre o que são as cidades em
transição para circular entre funcionários e
dirigentes. Por favor, me diga onde procurar
essas informações."
- Prefeito: "Meu nome é xxxx, sou o prefeito
de xxxx, em Warwickshire. Estou muito
interessado em usar este meu ano de mandado
para dar início a algumas iniciativas verdes
locais. Tenho a intenção de organizar um
evento no outono para lançar o programa.
Estou muito interessado em entrar em contato
com você para conseguir que alguém de sua
rede possa fazer um discurso
com as diretrizes básicas do programa nesse
evento."
- Conselheiro Municipal: "Estou envolvido
com um grupo que estabelece um projeto de
Transição em xxxx, Manchester, e gostaríamos
de nos tornar um piloto para o resto da
cidade."
- Presidente do Conselho Municipal: "Sou o
presidente do Conselho Municipal de xxxx,
depois de ser conselheiro durante seis
anos... Propus que o Grupo de Planejamento
Comunitário toque o projeto de “Transição”
para a frente... O Manual é extremamente
útil e espero pode visitar Totnes em breve."
- Presidente do Conselho Municipal: (correio
de voz) "Assumimos recentemente o Conselho
Municipal depois das últimas eleições,
colocamos as Cidades em Transição no nosso
programa e agora precisamos acompanhar seus
encontros para aprender mais sobre como
apoiar a comunidade no estabelecimento de
uma Iniciativa de Transição."
- Oficial de Distrito de Planejamento
Paroquial: "Planos paroquiais têm se
concentrado cada vez mais no desenvolvimento
sustentável e em assuntos ‘verdes’, portanto
o Plano de Ação para o Declínio de Energia
parece logicamente ser o próximo passo."
Recomendações sobre o envolvimento com o
governo local
As
recomendações a seguir foram feitas por
dirigentes de governos locais com
participação ativa em iniciativas de
transição em andamento ou em debates sobre
ajuda potencial a comunidades que queiram
adotar e adaptar o Modelo de Transição. Em
resumo, a melhor maneira de se engajar
parece ser "apoio, não condução".
- Presidente do Conselho Municipal: Enquanto
acompanhava o apoio do Conselho ao movimento
das Cidades em Transição, umas das coisas
que achei mais atraente foi o envolvimento
das organizações de base da comunidade. Na
minha experiência, o melhor modelo entre
todos é aquele em que o Conselho apóia e
incentiva as várias comunidades, mas em que
grande parte ou a maior parte das
iniciativas vem dos grupos comunitários.
Nós, enquanto conselheiros, temos de nos
concientizar de que as Cidades em Transição
não são algo que concedemos à comunidade,
não se trata de um distintivo ou um símbolo
do Conselho – é algo que vai acontecer de
qualquer maneira. E o Conselho vai apoiar e
acompanhar desde o nascimento. Pode também
ajudar a levar as idéias para partes da
comunidade que, de outra forma, não seriam
alcançadas.
- Conselheiro Paroquial (Fundador da
Transição Penwith): "Eu acredito piamente
que as Iniciativas de Transição precisam de
engajamento e envolvimento do governo local
em todas as suas atividades, e que seu campo
de influência precisa chegar até o governo
central. É fundamental que as Iniciativas de
Transição se mantenham apolíticas e não se
deixem comandar pelos Conselhos, mas elas
precisam do apoio e das informações deles. É
importante
lembrar que o governo local está lá para
apoiar a comunidade e, mais que isso, ele
consiste de pessoas que vivem e trabalham
nas nossas comunidades. Está na hora de
avançarmos para além das fronteiras do ´eles
e nós` e entender que temos de trabalhar
todos juntos se for para enfrentar de
maneira eficiente os desafios que temos pela
frente."
- Conselheiro local: Deixe as idéias
surgirem da comunidade e se manterem sob o
controle dela. O trabalho do Conselho é
facilitar, ouvir, provavelmente fornecer
conselhos, contratos ou financiamentos e –
mais importante – garantir que a burocracia
não atrapalhe as iniciativas das
organizações de base.
Não há dúvidas de que o um modelo de
engajamento será desenvolvido ao longo do
tempo. Por nquanto, esta abordagem de apoio,
não condução parece funcionar bem. |
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Como envolver
as empresas |
Há uma forte
conjuntura nas empresas para a adoção de
práticas mais sustentáveis, e isso vai aos
poucos encontrando seu espaço no pensamento
empresarial corrente. A ênfase em
Responsabilidade Social Corporativa e na
contabilidade Triple Bottom Line (critério
para medir sucesso organizacional levando em
consideração os aspectos econômico, social e
ecológico) são passos na direção certa, além
do mercado de carbono que pode gerar cortes
substanciais na emissão global de carbono.
Nada disso, no entanto, responde à maneira
pela qual o Pico do Petróleo se fará sentir
nos negócios que têm imensas redes de
abastecimento ou que atendem mercados em
locais distantes.
Negócios com perspectivas de longo prazo e
que têm consciência da sujeição à escassez
de combustível fóssil terão de estudar a
dependência do petróleo na própria
organização em relação à economia
globalizada em quatro áreas específicas:
rede de abastecimento, detritos, utilização
de energia e mercados.
Exemplos
de Totnes
Há muito trabalho em andamento na Cidade em
Transição Totnes para ser observado nessas
áreas. Três exemplos são: um balanço da
vulnerabilidade do petróleo, troca comercial
e moeda local complementar:
Um balanço da vulnerabilidade do petróleo
propõe um olhar atento à possibilidade de a
elevação dos preços do petróleo causar
impactos nos negócios, examinando os custos
e a disponibilidade de matéria prima, custos
de energia de processos básicos e de
transportes para vendas e marketing. Uma vez
que se consiga um modelo de custos, pode-se
variar de cenário com o petróleo a preços
diferentes. Com a inevitável e dramática
elevação dos preços do petróleo e da energia
em geral à frente, alguns setores de um
negócio podem se tornar inviáveis. Nesse
caso, planos de mitigaçao podem ser postos
em ação, talvez encontrando alternativas em
matéria prima encontrada localmente ou
abrindo mercados que seriam menos afetados
pelos altos custos do transporte.
A troca comercial é um projeto que olha de
maneira diferente para o lixo. Tem o
objetivo de reunir empresas em que o lixo de
uma seja a matéria-prima da outra. Por
exemplo, a indústria da construção descarta
grandes quantidades de madeira que podem ser
usadas por quem faça lascas de madeira para
novos tipos de boilers domésticos.
Uma maneira especialmente high profile de
desenvolver resiliência local no campo dos
negócios é lançar uma moeda complementar.
Totnes continua sua experiência com a moeda
complementar ao produzir 10 mil libras de
Totnes de segunda geração e lançar as
primeiras 2 mil nas semanas iniciais. Moedas
locais reforçam a economia local ao evitar a
síndrome do balde que vaza, em que a riqueza
gerada por uma comunidade vaza para a
economia mais ampla e geral. Até agora, 50
comerciantes locais se comprometeram a
aceitar essa libra em pagamento por bens e
serviços.
Uma Cidade em
Transição imagina um futuro mais
“localizado” em que produção e consumo
ocorrem mais perto de casa. Em que as
frágeis correntes de abastecimento,
vulneráveis a oscilações dos preços do
petróleo, se tornaram proibitivamente caras
e foram substituídas pelas redes locais. Em
que o consumo total de energia dos negócios
caem de maneira substancial em relação aos
atuais níveis insustentáveis.
Estamos apenas arranhando a superfície de
como podemos trabalhar com o comércio. À
medida que várias iniciativas de transição
se desenvolvem, veremos surgir formas
inesperadas de conexões e novas maneiras de
trabalhar. E isso é essencial, porque uma
Iniciativa de Transição que fracassar no
trabalho criativo e ativo com a comunidade
de negócios alcançará bem pouco sucesso. |
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Filmes para
ampliar a conscientização |
Nas mãos
certas, estes podem ser instrumentos
extremamente úteis. Em mãos erradas, podem
ser um peso para os espectadores com
sentimentos de negatividade e desânimo,
diminuindo sua disposição de entrar em ação.
Três espécies de filmes valem a pena ser
mostrados. São aqueles que:
• explicam o problema (como "End of Suburbia")
• criam inspiração para soluções (como "Power
of Community" – o poder da comunidade) –
esses são pouco numerosos, mas temos ainda "Transition
– The Movie!", rodado em 2007
• redespertam nossas mais profundas conexões
com a terra e outras formas de vida com quem
compartilhamos este planeta
Filmes – conectar-nos novamente à
natureza
Esta categoria de filmes é provavelmente
melhor para se assistir em casa com um
pequeno grupo de amigos. O licenciamento é
normalmente mais restritivo que outras
categorias.
Esses filmes funcionam ao aproximar os
tênues fios que ligam toda a vida no planeta
e todas as formas de vida entre si. Eles
também ajudam a superar a perspectiva
dominante antropocêntrica que temos do
planeta. Quando se observa uma aranha tecer
uma teia debaixo d’água, encher-se de ar e
trazer sua presa para dentro da bolha onde
será engolida, algumas das conquistas
tecnológicas do
homem parecem de certa forma opacas.
(“MicroCosmos”, distribuído por Pathe na
Grã-Bretanha)
A lista a seguir, nesta categoria, é
altamente recomendável:
• “Microcosmos” (melhor com o som baixo)
• “Baraka”
• “Koyaanisqatsi”
• “Winged
Migration” (recomendado por Rob Hopkins)
• “Princess Mononoke” (filme favorito de
Stephan Harding do Schumacher College)
Filmes – Pico do Petróleo, Mudança
Climática, economia, soluções possíveis
Como todos estes filmes, é importante
criar um evento e não apenas uma exibição.
Isso não é difícil – aqui vai a receita:
1. Faça pessoalmente uma introdução ao
filme, ao colocá-lo no contexto das
esperanças gerais para a sua comunidade
2. Antes da exibição, peça às pessoas que se
virem para outras que não conheçam e, aos
poucos, apresentem-se e expliquem o que as
levou até ali naquela noite.
3. Mostre o filme
4. Crie pares de pessoas (de preferência
entre gente que não se conheça) e faça
exercícios ativos de falar e ouvir sobre
suas impressões do filme (por exemplo,
alguém fala durante três minutos enquanto o
outro ouve, e depois trocam de posição).
Você pode dar dicas como: “Diga o que lhe
preocupa e o que lhe dá esperança no filme".
5. Faça uma rodada de perguntas & respostas
sobre o Pico do Petróleo e/ou Mudança
Climática – o que tiver mais relação com o
filme. Garanta que a pessoa que esteja
respondendo saiba do que está falando –
ainda que não seja nenhuma vergonha dizer:
“Não sei isso, mas posso descobrir e depois
falo com você”.
6. Cuidado com as perguntas do tipo “eu
estou só nas profundezas do meu medo” – elas
geralmente são um pedido de aconselhamento
ou conexão e podem paralisar todo o grupo. O
que pode funcionar em uma situação assim é
tomar conhecimento do medo da pessoa e
perguntar à sala “se tem alguém ali também
com medo daquilo, que levante a mão”.
Levante a sua primeiro e…. tenha esperança!
A menos que você esteja em uma sala cheia de
negações, verá muitas mãos levantadas. Você
poderá então explicar que o Modelo de
Transição tem um espaço para onde as pessoas
podem ir com seus medos, um local de ação
(normalmente comandado pelo grupo “Coração e
Alma”, depois de ser formado).
Os filmes
recomendados estão listados abaixo:
“End of
Suburbia”: Esgotamento de petróleo & colapso
do sonho americano
Pico do
Petróleo: imposição da natureza
O poder da
comunidade: como Cuba sobreviveu ao Pico do
Petróleo
“Crude Impact”
(Impacto brutal)
“A Crude
Awakening” (“Um bruto despertar”): o choque
do petróleo
“Uma verdade
inconveniente”
“Escape from
Suburbia”: além do sonho americano
Energy
crossroads (encruzilhada energética):
uma
necessidade ardente de mudar de rumo
“Money as
debt” (dinheiro e débito)
“11th Hour”
(11a. hora) (produzido por Leonardo DiCaprio)
“The great
warming” (“O grande aquecimento”)
“What A Way
To Go” (que modo de ir): a vida no final do
império
“Message in
the waves” (“Mensagem nas ondas”)
“Manufactured
Landscapes” (paisagem fabricada) |
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Rede de
Transição |
idParalelamente
aos esforços de Totnes, criamos uma
organização sem fins lucrativos nacional, a
“Rede de Transição”, para apoiar as
Iniciativas de Transição que estão brotando
na Grã-Bretanha e Irlanda.
O objetivo dessa organização sem fins
lucrativos, com financiamento inicial do
Tudor Trust e da Esmee Fairbairn Foundation,
está centrado em:
"inspirar, incentivar, apoiar, formar rede e
treinar comunidades que estejam pensando em
adotar, adaptar e implementer o modelo de
transição para estabelecer uma Iniciativa de
Transição em seu local. O modelo estimula as
comunidades a encarar de frente o Pico do
Petróleo e a Mudança Climática, a
desencadear o talento coletivo de seus
moradores, reconstruir seriamente a
resiliência (para responder ao Pico do
Petróleo) e reduzir drasticamente as
emissões de carbono (para responder à
Mudança Climática)".
Estamos
reunindo uma grande quantidade de dados,
montando cursos de treinamento, eventos,
ferramentas & técnicas, recursos e uma
capacidade geral de apoio para ajudar essas
comunidades. Estamos no início e há muito o
que fazer – mas vamos chegar lá!
A organização sem fins lucrativos fica em
Totnes, para estar perto das principais
inovações que estão acontecendo agora. A
visão para as Iniciativas de Transição é a
de um país resiliente diante dos desafios
criados pelo Pico do Petróleo e que reduziu
drasticamente as emissões de carbono.
Para ter uma idéia do tamanho da tarefa que
temos, há 11 mil vilas e municípios só na
Inglaterra e no País de Gales, e mais 60
cidades e um grande número de comunidades
rurais. Cada um deles precisará fazer a
transição para um modo de vida com muito
menos energia.
Nós demonstramos coletivamente altos índices
de ingenuidade e talento quando estávamos na
curva ascendente da energia. Não há razão
para não usarmos essas mesmas qualidades
para planejar nossa curva descendente.
Realmente, se começarmos a trabalhar logo e
com suficiente criatividade e capacidade de
inclusão, podemos descobrir que a vida com
menos energia terá uma melhoria qualitativa
com relação a essa existência desconectada
que muitos de nós levamos. |
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Conclusão |
Os três
níveis de ação – global (exemplo: Kyoto,
protocolo de esgotamento de petróleo e C&C),
nacional (exemplo: cotas de energia
negociáveis) e local (exemplo: iniciativas
de transição) – oferecem muitas promessas
para ajudar a humanidade a atravessar a
grande transição de energia do século XXI.
Com colaboração, coordenação e um vento a
favor, temos o potencial para criar um
mundo mais pleno, mais justo e mais
sustentável.
O desafio é encontrar formas proativas de se
navegar a onda descendente do Pico do
Petróleo ao mesmo tempo em que lidamos com a
Mudança Climática.
Nós, enquanto espécie, querendo ou não vamos
entrar numa transição para um futuro de
energia mais baixa. Melhor tentar surfar
nessa onda do que ser engolido por ela. |
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Outras
leituras |
Links
atualizados até 20 de junho de 2007.
Sobre Transição de Comunidade
- “Energy Descent Pathways: Evaluating
potential responses to Peak Oil”, de Rob
Hopkins, publicação própria MSc thesis,
disponível em inglês no site:
www.transitionculture.org/?page_id=508
Sobre o
Pico do Petróleo
- Boletim sobre Energia o excelente manual
sobre o Pico do Petróleo:
www.energybulletin.net/primer.php
- notícias variadas sobre temas ligados a
energia:
www.energybulletin.net
- ASPO – Association for the Study of Peak
Oil (Associação para o Estudo do Pico do
Petróleo), fonte de muita informação e
inspiração e onde começou a conscientização
do Pico do Petróleo:
www.peakoil.net
- The Hirsch
Report (o relatório Hirsh) – produzido pelo
governo dos EUA em 2005. Quase se perdeu até
se tornar famoso em 2006. Extraordinário
pelo inequívoco alerta para uma urgente
entrada em ação para reduzir os efeitos do
Pico do Petróleo:
www.netl.doe.gov/publications/others/pdf/Oil_Peaking_NETL.pdf
- “The Last Oil Shock” (o último choque do
petróleo), de David Strahan (2007); um
manual de sobrevivência para a iminente
extinção do homem petrolífero. Publicado por
John Murray. Provavelmente o melhor livro
sobre o Pico do Petróleo e suas
conseqüências para a Grã-Bretanha. Notícias
atualizadas em:
www.davidstrahan.com
- Richard Heinberg: qualquer um de seus
livros.
The Party’s Over: Oil, War and the Fate of
Industrial Societies
Powerdown: Options and Actions for a
Post-Carbon World
The Oil Depletion Protocol : A Plan to Avert
Oil Wars, Terrorism and Economic Collapse
Além desses, seus ensaios sobre o Pico do
Petróleo aparecem freqüentemente no site do
Energy Bulletin (boletim sobre energia), já
mencionado.
- Pico do Petróleo Explícito: um site para
pessoas que querem gráficos, informações e
análises complexas. Impressionante nível de
pesquisas. Algumas vezes dirigido apenas a
entendidos:
www.theoildrum.com
Mudança Climática
- The Intergovernmental Panel on Climate
Change (Painel Intergovernamental sobre
Mudança Climática) – o organismo mundial
mais importante sobre Mudança Climática:
www.ipcc.ch
- Comentário de cientistas especializados em
clima sobre novas histórias sobre violações
climáticas:
www.realclimate.org
- Hadley Centre – o organismo municipal que
pesquisa os potenciais efeitos da Mudança
Climática:
www.metoffice.gov.uk/research/hadleycentre |
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Detalhes para
contatos |
Ben Brangwyn,
co-fundador
e-mail da
Rede de Transição:
benbrangwyn@transitionnetwork.org
fone: 0044
5601 531882
skype:
benbrangwyn |
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Fonte:
Cidades em Transição
http://transitiontowns.org
Para baixar este manual em
formato pdf:
http://transitionnetwork.org/Primer/TransitionInitiativePrimer-Portuguese.pdf |
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